TERF: diferenças entre revisões

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|description = TERF é uma ofensa usada por ativistas transgênero para depreciar qualquer pessoa que critique esse movimento com base em argumentos feministas.
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[[File:Terf-slur-02.png|thumb|300px|Um ''tweet'' típico contendo do termo "TERF"]]


The word ''TERF'' (or ''terf'') is a slur that is used predominantly by transgender activists and their allies against people who criticize the transgender movement on the basis of feminist concerns.  Since the slur is used for people with feminist concerns, the main target tend to be women. As such, it's usually understood to be an anti-feminist, sexist and misogynist slur.
A palavra '''TERF''' (ou ''terf''; pl. ''terfs'' ou ''terves'') é uma ofensa usada predominantemente por ativistas transgênero e seus aliados contra pessoas que criticam o movimento transgênero com base em argumentos feministas. Como essa ofensa é usada para referir-se a pessoas com argumentos feministas, seu maior alvo costuma ser mulheres. Como tal, ela é normalmente entendida como sendo uma ofensa anti-feminista, sexista e misógina.


The original meaning of the word was ''Trans-Exclusionary Radical Feminist'', where the "trans-exclusionary" part referred to those holding the idea that transwomen should not be included under a political definition of woman, and the "radical feminist" part was meant neutrally, i.e. for people who would indeed describe themselves as [https://en.wikipedia.org/wiki/Radical_feminism radical feminists] in the true sense.  Over time, the acronym started to be used like any [https://en.wikipedia.org/wiki/Four-letter_word four-letter word].  The capitalization is frequently omitted, and the original meaning ignored.  Still, users of the term tend to claim that it's a neutral description.  The "trans-exclusionary" part may now refer to those who think transwomen should not have unfettered access to female-only spaces (such as rape relief shelters, segregated hospital wards, changing rooms, public toilets, etc.), should not partake in women's sports where they have an unfair advantage, should not be considered a natural part of the lesbian dating pool, etc.  Although most members of the public would see these as rather sensible positions, especially considering a "transwoman" may have intact, unaltered male anatomy, transgender activists see these types of "exclusion" as unacceptable.
A palavra foi inventada como um acrônimo para ''Trans-Exclusionary Radical Feminist'' (inglês para "Feminista Radical Trans-Exclusionária"), onde a parte "trans-exclusionary" ("trans-exclusionária") refere-se a essas pessoas serem da opinião de que mulheres trans não deveriam ser incluídas dentro da definição feminista de feminilidade, e a parte "radical feminist" ("feminista radical") foi aplicada de maneira neutra para referir-se àquelas pessoas que de fato se descrevem como [https://pt.wikipedia.org/wiki/Feminismo_radical feministas radicais] no seu verdadeiro sentido.


A closely associated term is ''SWERF'', which is supposed to stand for ''Sex-Worker-Exclusionary Radical Feminist'' and is used for those who see the sex industry (prostitution, pornography, etc.) as highly exploitative and sexist.  Like ''TERF'', the term is almost always applied as a slur, and to misrepresent of the political position of the person it's used against.  Ironically, some of those who have to face the term most commonly are women who worked in prostitution and became anti-prostitution activists as a result of their own experiences as so-called sex workers.
Com o tempo, o acrônimo tornou-se um termo ofensivo. Atualmente, a capitalização dessa palavra frequentemente não é feita, e o significado já ambíguo de seu sentido original é inteiramente ignorado. Ainda assim, usuários do termo costumam alegar que se trata de um termo neutro. A parte "trans-exclusionary" ("trans-exclusionária") agora pode se referir a qualquer pessoa que pense que mulheres trans não deveriam poder ter acesso irrestrito a espaços exclusivamente femininos (como vestiários), participar em esportes femininos - onde elas possuem [[Mulheres trans em esportes femininos|vantagens injustas]] -, a relacionamentos com lésbicas etc. Apesar de a maior parte do público poder considerar essas posições como minimamente sensatas, levando em conta que uma "mulher trans" pode ter uma anatomia masculina intacta, ativistas transgênero veem todos esses tipos de "exclusão" como inaceitáveis.


== History ==
Um termo associado de maneira próxima a esse é ''SWERF'', que supostamente significa ''Sex-Worker-Exclusionary Radical Feminist'' (inglês para "Feminista Radical Exclusionária de Trabalhadoras do Sexo") e é usado para referir-se àquelas pessoas que veem a indústria sexual (prostituição, pornografia etc.) como altamente exploratória e sexista. Assim como ''TERF'', esse termo é quase sempre proferido como uma ofensa e para deturpar a posição política do indivíduo contra a qual ele é usado. Ironicamente, algumas dessas pessoas chamadas de ''SWERF'' são comumente mulheres que trabalharam na prostituição e tornaram-se ativistas anti-prostituição como resultado de suas próprias experiências como as chamadas "trabalhadoras do sexo".


=== Origin ===
== Origem ==


The oldest known use of the term is by Viv Smythe aka "tigtog" in a [https://hoydenabouttown.com/2008/08/17/carnivalia-transgenderism-and-the-gender-binary/ blog post] from 2008. She defended the term as late as 2018, in [https://www.theguardian.com/commentisfree/2018/nov/29/im-credited-with-having-coined-the-acronym-terf-heres-how-it-happened an article] written for The Guardian. Transgender activists frequently try to defend the term on the grounds that Viv Smythe is a woman who herself claims to be a radical feminist, and seems to have first used the term in a way that is not derogatory. Of course, the benign origins of a term does not mean that it cannot evolve into a slur.
O uso mais antigo do termo foi feito por Viv Smythe aka "tigtog" em um ''blog post'' de 2008.<ref name=terf-origin/> Ela defendeu o termo em 2018, num artigo para o The Guardian.<ref name=guardian-smythe/> Ativistas transgênero frequentemente tentam defender o tempo sob a justificativa de que Viv Smythe é uma mulher que alega ser feminista radical, e parece ter usado o termo pela primeira vez de uma maneira que não é depreciativa. Obviamente, as origens benignas do termo não implicam que ele não possa evoluir de forma a tornar-se uma ofensa.


=== Recognition as a slur ===
== A evolução para discurso de ódio ==


The evolution of the term from 2008 into the early to mid 2010s is not well documented.  Mostly, feminists had to face the term on social media, where it began to be used regularly to debase their position.  In July 2014, [https://www.feministcurrent.com/ Feminist Current] published two articles referencing the term.  The first, written by C. K. Egbert and titled [https://www.feministcurrent.com/2014/07/16/defending-the-terf-gender-as-political/ ''Defending the 'TERF': Gender as political''], explains and defends in length the political theory underlining the ideas supported by feminists who are slurred as "terf."  The second, written by Sarah Ditum and titled [https://www.feministcurrent.com/2014/07/29/how-terf-works/ ''How 'TERF' works''], shortly analyses a situation in which a woman is pressured to retract a statement opposing violence against women, on the grounds that the statement originally stems from a feminist who is considered a "terf".  Since Feminist Current is highly acclaimed among radical-leaning feminists, its decision to support the women slurred with "terf" could be seen as a turning point.
[[File:Mya-byrne-punches-terfs.jpg|thumb|right|200px|Não é de forma alguma uma ofensa!]]


Another Feminist Current article defending those targeted with the slur was published in November 2015, written by Penny White and titled [https://www.feministcurrent.com/2015/11/10/why-i-no-longer-hate-terfs/ ''Why I no longer hate 'TERFs'''].  In the article, Penny White explains how she herself used to be convinced that so-called "TERFs" are worthy of contempt, but changed her mind after starting to look closer into the issue.  This experience seems to resonate with many women and some socially liberal men to this day, who start out being supportive of the transgender movement, only to start becoming skeptical after negative experiences and observations, ultimately leading them to be also labeled "terf" and shunned by transgender activists and their allies. After that, Feminist Current started publishing articles critical of the transgender movement with some frequency, much to the enragement of transgender activists.
A evolução do termo de 2008 até o início e meados dos anos 2010 não foi bem documentada. Em sua maior parte, feministas tiveram que defrontar o termo em redes sociais, onde ele passou a ser regularmente usado para rebaixar as suas posições políticas. Em julho de 2014, o site [https://www.feministcurrent.com/ Feminist Current] publicou dois artigos que faziam referênciam ao termo. O primeiro, escrito por C. K. Egbert e entitulado ''Defending the 'TERF': Gender as political'' ("Defendendo o 'TERF': Gênero como política", em tradução livre do inglês) explica e defende a teoria política por trás das ideias defendidas por feministas que são chamadas de "terf".<ref name=fc-egbert/> O segundo, escrito por [[Sarah Ditum]] e entitulado ''How 'TERF' works'' ("Como o 'TERF' funciona", em tradução livre do inglês), analisa brevemente a situação na qual uma mulher é pressionada a retratar uma declaração em oposição à violência contra a mulher, sob a justificativa de que a declaração veio originalmente de uma feminista que é considerada uma "terf".<ref name=fc-ditum/> Como o Feminist Current é altamente elogiado por feministas radicais, a sua decisão de apoiar as mulheres que foram chamadas de "terf" pode ser vista como um momento decisivo.


In June 2017, transgender activist Mya Byrne came to the San Francisco Pride Parade with a t-shirt reading "I PUNCH TERFS", decorated with a large fake blood-stain.  Byrne uploaded a selfie of him wearing the t-shirt at the parade, captioned "This is what gay liberation looks like #pride #yesallterfs" which sparked many negative reactions. The t-shirt would later be displayed at an "art exhibit" at the San Francisco Public Library, set up by the trans activist group ''The Degenderettes''. After complaints, the library removed the t-shirt from the exhibition, though similar items showcasing a violent mentality remained, such as baseball bats wrapped in barbed wire and painted in the colors of the transgender pride flag.
Em agosto de 2014, Vice publicou um artigo intitulado ''I Am Now Officially a Transphobic Twitter Troll'' - "Agora Sou Oficialmente um Troll Transfóbico do Twitter", em tradução livre do inglês - (subtítulo: ''At least according to the 'Block Bot' I am'', ou "Pelo menos, de acordo com o 'Block Bot' eu sou"), do autor Martin Robbins.<ref name=vice-robbins/> No artigo, Robbins fala sobre como o projeto do "Block Bot" no Twitter, que foi criado para ajudar as pessoas a evitarem ''trolls'' abusivos, incluiu autoras e jornalistas feministas como [[Caroline Criado-Perez]] e [[Helen Lewis]] entre as pessoas que deveriam ser bloqueadas. Ironicamente, Lewis parece ter sido incluída na lista por reclamar sobre ''trolls'' abusivos, já que como "evidência" para bani-la incluem-se objeções a ''tweets'' como "kill TERFS" ("matem TERFS"), "burn TERFS" ("queimem TERFS") ou piadas odiosas como "what's better than 1 dead terf? 2 dead terfs" ("o que é melhor que 1 terf morta? 2 terfs mortas").


=== Vandalism and assaults ===
Outro artigo do Feminist Current defendendo as pessoas chamadas por essa ofensa foi publicado em novembro de 2015, escrito por [[Penny White]] e entitulado ''Why I no longer hate 'TERFs''' ("Porque eu não mais odeio 'TERFs'", em tradução livre do inglês).<ref name=fc-white/> No artigo, White explica como ela própria costumava acreditar que as chamadas "TERFs" mereciam ser desprezadas, mas mudou de opinião após começar a olhar com mais cuidado para esse problema. Essa experiência parece repetir-se entre muitas mulheres e alguns homens socialmente liberais na atualidade, que começaram sendo apoiadores do movimento transgênero para depois tornarem-se céticos após experiências e observações negativas, por fim levando-os a também serem denominados de "terf" e desprezados por ativistas transgênero e seus aliados. Após isso, o Feminist Current começou a publicar artigos críticos do movimento transgênero com frequência, muito para o enraivecimento dos ativistas transgênero.


<youtube dimensions=500 alignment=right description="The assault by Tara Wolf on Maria MacLachlan (September 13th, 2017)">
Em junho de 2017, o ativista transgênero [https://en.wikipedia.org/wiki/Mya_Byrne Mya Byrne] foi a San Francisco Pride Parade com uma camiseta com o escrito "I PUNCH TERFS" ("EU SOCO TERFS", em tradução do inglês), decorada com uma grande mancha de sangue falso. Byrne fez o ''upload'' de uma ''selfie'' sua vestindo a camiseta na parada e com o subtítulo "This is what gay liberation looks like #pride #yesallterfs" (inglês para "Isto é o que a liberação ''gay'' parece #orgulho #simtodasasterfs"), o que ocasionou muitas reações negativas.<ref name=fc-tra-violence/> A camiseta seria mais tarde exibida em uma "exposição de arte" na San Francisco Public Library, montada pelo grupo de ativismo trans ''The Degenderettes''. Após reclamações, a biblioteca removeu a camiseta da exibição, apesar de que itens similares mostrando uma mentalidade violenta permaneceram, como um taco de beisebol enrolado com um arame farpado e pintado nas cores da bandeira de orgulho transgênero.<ref name=fc-tra-violence/>
 
[[File:Sonicfox.png|thumb|right|300px|O ''tweet'' de Dominique McLean glorificando a violência contra as mulheres.]]
 
Em abril de 2019, o ''video gamer'' profissional Dominique McLean aka [https://en.wikipedia.org/wiki/SonicFox SonicFox] realizou o ''upload'' de um vídeo no Twitter com a legenda "what I do to terfs" ("o que eu faço com terfs"), no qual um personagem de ''video game'' atinge o pescoço de uma personagem com tanta força que a pele do pescoço dela sai, enquanto a câmera mostra o seu rosto agonizante. McLean pode ser ouvido gritando "terf!" em seu microfone juntamente com cada golpe dado na personagem, no que faz lembrar um linchamento.<ref name=sonicfox/> O ''tweet'' ganhou centenas de milhares de visualizações e milhares de ''retweets'' e curtidas.
 
O ''tweet'' de McLean tornou-se ainda pior pelo fato de que esse ódio não é somente direcionado a uma personagem "terf" imaginária, mas à voz da atriz por trás da personagem, [https://pt.wikipedia.org/wiki/Ronda_Rousey Ronda Rousey]. Rousey, que é uma lutadora de MMA (artes marciais mistas), é considerada uma "TERF" por ter dito, com palavras bruscas, que é injusto o lutador de MMA do sexo masculino [[Mulheres trans em esportes femininos#Fallon_Fox|Fallon Fox]] competir contra mulheres.<ref name=rousey-fox/><ref name=rousey-marysue/><ref name=rousey-reddit/> Um ano após a declaração de Rousey, a lutadora de MMA Tamikka Brents sofreu uma concussão e uma fratura do osso orbital durante uma luta contra Fallon Fox,<ref name=fallon-fox/> mas isso não parece ter mudado a opinião dos ativistas trans.
 
Após o ''tweet'' de McLean ter sido denunciado por discurso de ódio, o Twitter inicialmente decidiu que ele [[:File:Sonicfox2.png|não quebrava as suas regras]]. Somente após repetidos protestos e várias outras denúncias o Twitter reagiu, removendo o ''tweet'' e emitindo a SonicFox um banimento de meras 24 horas.
 
No final de 2019, uma tendência nas redes sociais denominada "POV you're a TERF in my mentions" ("ponto de vista de você ser uma TERF nas minhas menções") teve início, na qual ativistas trans posavam com uma arma (taco de beisebol, espada, machete ou outras), às vezes preparando-se para golpear ou mostrando-os no meio de um golpe, tiradas como se fossem [https://en.wikipedia.org/wiki/Point-of-view_shot uma fotografia de ponto de vista] e com a legenda "POV you're a TERF in my mentions" ("ponto de vista de você ser uma TERF nas minhas menções"), ou alguma variação.<ref name=pov-terf/> As fotografias supostamente representam o ponto de vista de uma "TERF" sendo agredida pela pessoa retratada. Em outras palavras, mulheres chamadas de "TERF" que olham para a foto deveriam imaginar a si próprias sendo violentamente agredidas.
 
Em maio de 2020, foi feita uma publicação num ''blog'' do Medium.com comparando as chamadas TERFs a nazistas em um tom aparentemente verossímil e explicando como vários métodos, tais como infiltração, censura, danos patrimoniais e violência física deveriam ser usados contra elas.<ref name=medium-izaguirre/> A conta utilizada para a publicação do artigo foi suspensa do Medium.com no mesmo dia e seu conteúdo republicado no WordPress um pouco depois.<ref name=wp-izaguirre/>
 
== Vandalismos, assédios e agressões na vida real ==
 
Em fevereiro de 2017, a recém-aberta Vancouver Women's Library foi recebida por um pequeno grupo de vândalos, incluindo uma pessoa que era claramente do sexo masculino e que alegava ser uma trabalhadora do sexo. Eles arrancaram um pôster, derramaram vinho em um livro e assediaram aqueles que tentaram participar da cerimônia de abertura do estabelecimento. A justificativa que deram foi de que a biblioteca incluía livros que eles diziam supostamente apoiar a ideologia "TERF" e "SWERF".<ref name=vwl/>
 
<youtube dimensions=500 alignment=right description="A agressão de Tara Wolf a Maria MacLachlan (September 13th, 2017)" container=frame>
https://www.youtube.com/watch?v=9_d3ozhSE-U
https://www.youtube.com/watch?v=9_d3ozhSE-U
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In February 2017, the newly opened Vancouver Women's Library was met with a small group of vandals, including a very obviously male person who claimed to be a female sex worker. They ripped off a poster, poured wine on a book, and harassed those trying to partake in the opening celebration. Their stated reason was that the library included books which they deemed to support so-called "TERF" and "SWERF" ideology. Feminist Current [https://www.feministcurrent.com/2017/02/07/vancouver-womens-library-opens-amid-anti-feminist-backlash/ reported on the incident].
Em setembro de 2017, um grupo de feministas quis marcar uma reunião para discutir as mudanças propostas pelo [https://www.feministcurrent.com/2018/09/14/never-mind-reforming-gender-recognition-act-theres-no-need-gender-recognition-certificates/ Gender Recognition Act] (GRA), na biblioteca comunitária [https://newxlearning.org/ New Cross Learning] de Londres. A biblioteca teve de cancelar o evento após o assédio de ativistas transgênero. As organizadoras da reunião decidiram encontrar-se na Speakers' Corner, antes de ir ao novo local da reunião, que não havia sido anunciado de forma a protegê-lo de assédio. Na Speakers' Corner, elas foram recebidas por um grupo de ativistas transgênero gritando frases como "when TERFs attack, we fight back" ("quando TERFs atacam, nós revidamos", em inglês). Maria MacLachlan, que estava filmando os protestantes com a sua câmera digital, foi atacada por uma pessoa vinda do grupo de ativistas trans e que então tentou tomar a sua câmera. Após não ter sucesso, o atacante correu para trás de seus amigos, e MacLachlan tentou aproximar-se do grupo para filmar o seu rosto com a câmera. Vários dos ativistas começaram a agredi-la nesse momento. Um dos agressores, que após o evento revelou-se ser Tara Wolf, foi acusado de agressão física. Anteriormente ao evento, ele havia postado que queria "f*der com algumas terfs" em uma rede social. Esse evento pode ser considerado como um marco do ódio crescente que ativistas transgênero demonstram contra feministas, já que nenhuma outra agressão havia sido documentada claramente com relação à ofensa "TERF", e o evento ganhou atenção generalizada nas notícias, sendo coberto pelo The Guardian,<ref name=guardian/> The New Statesman,<ref name=statesman1/><ref name=statesman2/> The Telegraph,<ref name=telegraph/> The Times,<ref name=times1/><ref name=times2/> The Evening Standard,<ref name=standard/> e pelo The Daily Mail.<ref name=dailymail/> Foi também, é claro, coberto pelo Feminist Current.<ref name=fc1/><ref name=fc2/> Como resultado do evento, muitos ativistas transgênero defenderam e até mesmo celebraram a agressão, levando Meghan Murphy a publicar o texto [https://www.feministcurrent.com/2017/09/21/terf-isnt-slur-hate-speech/ '''TERF' isn't just a slur, it's hate speech''] ("TERF não é só uma ofensa, é discurso de ódio"). Algumas publicações, ao defender os ativistas transgênero, tentaram alegar que o agressor estava na verdade agindo em legítima defesa, e tentaram provar essa alegação através do ''upload'' de cortes cuidadosamente editados da gravação mostrando a agressão,<ref name=planettrans/> ou descrevendo a agressão como "revidando contra ''bullies''" que "provocaram" os ativistas transgênero (ao terem opiniões das quais estes não gostaram, presumivelmente).<ref name=queerness/>
 
Em dezembro de 2018, a advogada de defesa dos direitos humanos, Prof. [[Rosa Freedman]], encontrou a porta de seu escritório coberta com urina após participar de debates relacionados às mudanças propostas ao Gender Recognition Act do Reino Unido. Ela também alegou ter sido chamada de uma "nazista" (ela é judia) que "deveria ser estuprada" (ela é uma sobrevivente de violência sexual) e de receber telefonemas abusivos anônimos.<ref name=freedman/>


In September 2017, a group of feminists wanted to hold a meeting to discuss proposed changes to the [https://www.feministcurrent.com/2018/09/14/never-mind-reforming-gender-recognition-act-theres-no-need-gender-recognition-certificates/ Gender Recognition Act] (GRA) in the [https://newxlearning.org/ New Cross Learning] community Library in London.  The library had to cancel the event after harassment by transgender activists.  The organizers of the meeting decided to meet at Speaker's Corner, before going to the newly chosen meeting place, which was not announced to protect it from harassment.  In Speaker's Corner, they were met with a group of transgender activists shouting slogans, notably "when TERFs attack, we fight back."  Maria MacLachlan, who was filming the protesters with her digital camera, was attacked by someone running out of the trans activist group, who then tried to grab her camera.  As the unsuccessful attacker ran back behind his friends, MacLachlan tried to get closer to the group to get his face on camera.  Several of the activists started assaulting her in that moment. One of the attackers, later revealed to be Tara Wolf, was ultimately charged with assault by beating.  The event could be considered a cornerstone in the escalating hatred transgender activists show against feminists, as no such clearly documented assault in relation to the slur "TERF" existed before, and the event gained widespread attention in the news, being covered by The Guardian,<ref name=guardian/> The New Statesman,<ref name=statesman1/><ref name=statesman2/> The Telegraph,<ref name=telegraph/> The Times,<ref name=times1/><ref name=times2/> The Evening Standard,<ref name=standard/> and The Daily Mail.<ref name=dailymail/>  Of course, it was also covered by Feminist Current.<ref name=fc1/><ref name=fc2/>
Em 2018, o ativista transgênero Dana Rivers foi a julgamento por homicídio triplo.<ref name=rivers/> As vítimas eram um casal de lésbicas e o seu filho adotivo. Rivers esfaqueou e atirou nas vítimas, antes de tentar colocar fogo em sua casa, em novembro de 2016. Ainda não está claro se Rivers foi motivado pelo ódio contra feministas e lésbicas disseminado por ativistas transgênero. Rivers era, no entanto, membro do grupo [https://en.wikipedia.org/wiki/Camp_Trans Camp Trans], que foi criado para protestar a regra de apenas mulheres poderem participar do Michigan Womyn's Music Festival (aka MichFest).<ref name=camptrans/> A Autostraddle descreveu Rivers como um "ativista transgênero muito conhecido".<ref name=autostraddle/>


In 2018, transgender activist Dana Rivers was on trial for triple murder.<ref name=rivers/> The victims were a lesbian couple and their adoptive son. Rivers stabbed and shot the victims, before trying to set their house on fire, in November 2016. It remains unclear whether Rivers was motivated by the hatred against feminists and lesbians promulgated by transgender activists.  Rivers was, however, a member of the group [https://en.wikipedia.org/wiki/Camp_Trans Camp Trans], which was created to protest the women-only rule of the Michigan Womyn's Music Festival (aka MichFest).<ref name=camptrans/>  Autostraddle described Rivers as a "very well-known transgender activist."<ref name=autostraddle/>
Em junho de 2019, [[Julie Bindel]] foi fisicamente agredida por uma pessoa do sexo masculino após dar um discurso sobre a violência de homens contra mulheres, na Universidade de Edimburgo, junto com a Prof. Rosa Freedman.<ref name=edinburgh/> "Ele estava gritando e reclamando e esbravejando, 'você é uma p*** do c******, você é uma cadela do c******, uma Terf do c******' e outras coisas. Estávamos tentando andar até o táxi para levar-nos até o aeroporto, e então ele apenas saltou em minha direção e quase me deu um soco no rosto, mas um segurança afastou-o de mim". Essa pessoa do sexo masculino, que diz se chamar "[[Cathy Brennan]]" (por causa da advogada lésbica e feminista radical de mesmo nome, a quem ele despreza), já havia chamado a atenção em redes sociais por [[:File:Joe-brennan-twitter.jpg|defender agressões físicas]] contra feministas em paradas de Orgulho Gay.


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Em 16 de agosto de 2019, a conta no Facebook do [[Vancouver Rape Relief and Women's Shelter]] relatou que um rato mortou havia sido pregado na moldura de sua porta.<ref name=vrr-fb/> Em 26 de agosto, a sua conta no Twitter seguiu relatando que as suas portas e janelas haviam sido vandalizadas com frases como "FUCK TERFS" ("FODAM COM AS TERFS") e "KILL TERFS" ("MATEM AS TERFS"), assim como "TRANS POWER" ("PODER TRANS").<ref name=vrr-twitter/> O repetido assédio e vandalismos chamaram a atenção local e nacional.<ref name=vrr-vancouverisawesome/><ref name=vrr-nationalreview/><ref name=vrr-citynews/>


== Analysis of the term ==
== Análise do termo ==


The original acronym could be split in two halves: "trans-exclusionary" and "radical feminist."  Though many people targeted with the word do not see themselves as radical feminists, their ideals most often tend to align with [https://en.wikipedia.org/wiki/Radical_feminism radical feminism] anyway, making that part somewhat accurate. The "trans-exclusionary" part however is rather ambiguously, and its meaning seems to change at the whim of the person using the term.
O acrônimo original pode ser dividido em duas metades: "feminista radical" e "trans-exclusionária". Apesar de muitas pessoas chamadas por esse termo não se considerarem feministas radicais, os seus ideais muito frequentemente alinham-se com o [https://pt.wikipedia.org/wiki/Feminismo_radical feminismo radical], tornando essa parte um tanto acurada. A parte "trans-exclusionária", no entanto, é um pouco ambígua, e seu significado parece mudar de acordo com a vontade da pessoa que usa o termo.


When those using the term want to justify it as an objective and accurate description, they will use rather mundane and basic definitions of "exclusion" that applies easily to most people the term is used against. Examples of this might include:
Quando aquele que usa o termo quer justificá-lo como uma descrição objetiva e acurada, ele usará definições simplistas e banais de "exclusão" que se aplicam facilmente a maioria das pessoas contra as quais o termo é utilizado. Exemplos disso podem incluir:


* Wanting transwomen with unfair anatomic advantages to be excluded from women's sports
* Querer que mulheres trans com vantagens anatômicas injustas sejam excluídas de esportes femininos;
* Wanting transwomen with an obvious male anatomy (such as intact male genitals) to be excluded from sex segregated spaces of privacy, such as changing rooms
* Querer que mulheres trans com anatomia masculina evidente (como genitais masculinos intactos) sejam excluídas de espaços privativos segregados por sexo, como em vestiários;
* Not considering transwomen to be ''literally'' women, by pointing at the dictionary definition that is "adult human female"
* Não considerar que mulheres trans sejam ''literalmente'' mulheres, ao apontar que a definição no dicionário de mulher é de um "humano adulto do sexo feminino";
* Wanting to exclude transwomen from some political groups that want to focus on struggles unique to people born with female anatomy
* Querer excluir mulheres trans de alguns grupos políticos que querem ter foco nas lutas únicas às pessoas nascidas com anatomia feminina;
* Wanting to exclude crimes committed by transwomen from being recorded as female criminality, since the crime patterns of transwomen seem more in line with crime patterns of men, who commit the vast majority of violent crimes, especially sexual crimes
* Querer que crimes cometidos por mulheres trans não sejam registrados como tendo sido cometido por mulheres, especialmente porque os padrões criminosos de mulheres trans parecem mais compatíveis com os padrões criminosos de homens,<ref name=dhejne/> que cometem a vasta maioria dos crimes violentos, especialmente os de natureza sexual.<ref name=wpcrime/>


[[File:Theterfs-delusion.png|thumb|right|500px|Some of the hyperbolic lies transgender activists use to justify hatred against feminists]]
[[File:Theterfs-delusion.png|thumb|right|500px|Algumas das mentiras hiperbólicas que ativistas trangênero usam para justificar o ódio a feministas]]


However, once the term "TERF" is applied to someone on the basis of them holding these opinions (which many people including non-feminists would agree are sensible), the definition of "exclusion" is quickly sharpened to justify expressions of hatred. Sometimes, the "trans-exclusionary" is even hyperbolically turned into "trans-exterminatory" to increase its panic-inducing effect. The website (or should we say whacksite) [http://theterfs.com/ ''The TERFs''] goes as far as claiming that the people labeled "TERF" want to:
No entanto, uma vez que o termo "TERF" é aplicado a alguém com base nessa pessoa possuir as opiniões supracitadas (que muitas pessoas, inclusive as que não são feministas, concordariam ser sensatas), a definição de "exclusão" é rapidamente alterada para justificar expressões de ódio. Às vezes, o "trans-exclusionária" é até mesmo alterado hiperbolicamente para "trans-exterminatória", de forma a aumentar o seu efeito indutor de pânico. O ''site'' [http://theterfs.com/ ''The TERFs''] chega até mesmo a alegar que pessoas rotuladas como "TERF" querem:


* Exclude trans people from housing (make them homeless)
* Excluir pessoas trans do acesso a moradia (torná-las sem teto);
* Exclude trans people from employment (make them unemployed)
* Excluir pessoas trans do acesso a emprego (torná-las desempregadas);
* Exclude them from education
* Excluí-las do acesso a educação (mantê-las sem instrução);
* Exclude them from accomodation equality
* Excluí-las do acesso a igualdade de acomodação;
* Exclude them from local, state, national and United Nations protections
* Excluí-las das proteções locais, estaduais, nacionais e das Nações Unidas (!).


As such, the women labeled "TERF" are represented less as women who simply want to uphold women's sex-based rights, and more like fascist monsters, which is then used to incite hatred and violence against them.  It's also noteworthy how exclusion of transwomen turns here into exclusion of all trans people (from whatever). As a matter of fact, women targeted as "TERFs" will frequently say explicitly that they welcome transmen in their groups, since transmen also face the sex-based oppression all women face from birth.
Como tais, as mulheres chamadas de "TERF" são representadas menos como mulheres que simplesmente querem defender os direitos das mulheres baseados em sexo e mais como monstros facistas. Isso é então usado para incitar ódio e violência contra elas. É também notável como a exclusão de mulheres trans (de espaços exclusivos para mulheres etc.) torna-se aqui uma suposta exclusão de todas as pessoas trans (do que quer que seja). Na verdade, mulheres chamadas de "TERF" frequentemente dirão de maneira explícita que homens trans são bem-vindos em seus grupos, já que homens trans também sofrem as opressões que todas as mulheres sofrem desde o nascimento.  


The strategy of transgender activists of using simple definitions of "TERF" to make the term look accurate, but then twist the definition to justify hatred, is quite similar to a "troll" strategy that has been noted by philosopher Nicholas Shackel, and dubbed the ''Motte and Bailey Doctrine'' in a paper titled [https://philpapers.org/archive/SHATVO-2.pdf ''The Vacuity of Postmodernist Methodology'']:
A estratégia de ativistas transgêneros de usar definições simples de "TERF" para fazer esse termo parecer acurado, para então distorcer a sua definição para justificar o ódio, é bastante similar à estratégia "troll" que foi observada pelo filósofo Nicholas Shackel, e denominada ''Doutrina de Motte e Bailey'' em um artigo intitulado [https://philpapers.org/archive/SHATVO-2.pdf ''The Vacuity of Postmodernist Methodology''] ("A Vacuidade da Metodologia Pós-Modernista", em tradução livre do inglês):


<blockquote><em>
<blockquote><em>
"Troll’s Truisms are used to insinuate an exciting falsehood, which is a desired doctrine, yet permit retreat to the trivial truth when pressed by an opponent. In so doing they exhibit a property which makes them the simplest possible case of what I shall call a Motte and Bailey Doctrine (since a doctrine can single belief or an entire body of beliefs).
"Os Truísmos de um Troll são usados para insinuar uma falsidade emocionante, que é uma doutrina desejada, e ainda assim permitir a retirada para uma verdade trivial quando pressionado por um oponente. Ao fazer isso eles exibem uma propriedade que os torna o caso mais simples possível do que eu chamarei de uma Doutrina de Motte e Bailey (já que uma doutrina pode ser uma única crença ou um corpo inteiro de crenças).


A Motte and Bailey castle is a medieval system of defence in which a stone tower on a mound (the Motte) is surrounded by an area of land (the Bailey) which in turn is encompassed by some sort of a barrier such as a ditch. Being dark and dank, the Motte is not a habitation of choice.  The only reason for its existence is the desirability of the Bailey, which the combination of the Motte and ditch makes relatively easy to retain despite attack by marauders. When only lightly pressed, the ditch makes small numbers of attackers easy to defeat as they struggle across it: when heavily pressed the ditch is not defensible and so neither is the Bailey. Rather one retreats to the insalubrious but defensible, perhaps impregnable, Motte. Eventually the marauders give up, when one is well placed to reoccupy desirable land.
Um castelo de Motte e Bailey é um sistema medieval de defesa no qual uma torre de pedra numa colina (o Motte) é cercado por uma área de terra (o Bailey), a qual por sua vez é envolta por algum tipo de barreira, como uma vala. Por ser escura e úmida, a Motte não é uma habitação de escolha. A única razão para a sua existência é a desirabilidade do Bailey, cuja combinação da Motte e da vala torna relativamente fácil de reter, apesar dos ataques de saqueadores. Quando somente levemente pressionada, a vala torna fácil a derrota de um pequeno número de atacantes enquanto esses tentam atravessá-la: quando fortemente pressionada, a vala não é defensável, e nem o Bailey. Ao invés disso, a pessoa recuará para a insalubre, mas defensável, e talvez inexpugnável, Motte. Eventualmente, os saqueadores desistem, quando alguém está bem posicionado para reocupar a terra desejável.


For my purposes the desirable but only lightly defensible territory of the Motte and Bailey castle, that is to say, the Bailey, represents a philosophical doctrine or position with similar properties: desirable to its proponent but only lightly defensible. The Motte is the defensible but undesired position to which one retreats when hard pressed. I think it is evident that Troll’s Truisms have the Motte and Bailey property, since the exciting falsehoods constitute the desired but indefensible region within the ditch whilst the trivial truth constitutes the defensible but dank Motte to which one may retreat when pressed."
Para os meus propósitos, o desejável, mas somente levemente defensável território do castelo de Motte e Bailey, o que quer dizer, o Bailey, representa uma doutrina ou posição filosófica com propriedades similares: desejável ao seu proponente mas somente levemente defensável. A Motte é a posição defensável, mas indesejável, à qual alguém recua quando fortemente pressionado. Acredito ser evidente que os Truísmos de um Troll possuem a propriedade de Motte e Bailey, já que as falsidades emocionantes constituem a região desejável, mas indefensável, dentro da vala na qual a verdade trivial constitui a Motte defensável, mas úmida, à qual alguém se retira quando pressionado."
</em></blockquote>
</em></blockquote>


=== Inspection of the claims on ''The TERFs'' ===
No nosso caso, a ''Motte'' é uma declaração facilmente defensável, como: ''"Você não considera mulheres trans como literalmente mulheres, logo, você é trans-exclusionária, o que a torna uma TERF"''. Enquanto o ''Bailey'' é: ''"Você quer excluir pessoas trans do acesso a moradia e emprego e, logo, tenho justificativa para odiar você fortemente!"''
 
Esse também poderia ser chamado de argumento "isco-e-troca", na qual alguém é "iscado" a concordar com a declaração de que alguém é uma "TERF" através da utilização de uma definição simplista de "exclusão trans", para então essa definição ser alterada para algo ruim, de forma a justificar expressões de ódio.
 
=== Inspeção das alegações em ''The TERFs'' ===
 
[[File:Theterfs-logo.png|thumb|right|300px|Logotipo real do TheTERFs.com: Rabiscos pretos malignos]]
 
Deve ser notado que o ''The TERFs'' oferece pouco mais do que citações fora de contexto de várias décadas atrás como "evidência" para as suas alegações hiperbólicas envolvendo uma chamada ideologia "TERF". Ele também mostra um certo número de ''tweets'' cuidadosamente selecionados, metade dos quais vem de fontes da direita política que também se opõe ao movimento transgênero, o que leva ativistas trans a alegarem que isso prova que feministas são secretamente aliadas à direita numa grande conspiração. (Essa linha de raciocínio também é frequentemente ridicularizada como: "Hitler era vegetariano. Logo, vegetarianos são nazistas")
 
A respeito de supostas evidências de "violência na vida real motivadas pela ideologia TERF", o ''site'' lista seis exemplos, dos quais três na verdade não apresentam nenhuma violência. Aqueles que apresentam dizem respeito a incidentes de várias décadas atrás, nos quais mulheres tentaram expulsar mulheres trans de grupos ou espaços exclusivamente femininos, usando força física ou ameaças diretas. Devido a ser esperado que mulheres sejam sempre boazinhas e passivas em relação a homens, até mesmo quando tentam formar grupos feministas radicais e manter homens fora deles, isso é obviamente visto como inaceitável. Dois exemplos são de ameaças verbais, que são experiências rotineiras para feministas que se opõe a ativistas trans. A última é sobre as mortes de pessoas trans que são ''presumidas'' serem relacionadas à falta de acesso a cuidados médicos, fator que não tem relação nenhuma com a ideologia feminista.
 
Para resumir: não há um único exemplo documentado de um grupo feminista ter agredido ou ameaçado um grupo transgênero. Qualquer alegação de "violência por TERFs" refere-se a mulheres tentando expulsar mulheres trans de espaços exclusivamente femininos, a casos extremamente raros de ameaças verbais ou a muitas e muitas fabricações. Em comparação, ativistas trans já foram a bibliotecas de mulheres para vandalizá-las,<ref name=vwl/> foram a encontros feministas para agredir mulheres,<ref name=fc1/><ref name=fc2/> apareceram usando máscaras em conferências feministas para intimidar mulheres<ref name=jamjar/> e o abuso verbal onipresente que eles direcionam a mulheres consegue encher [https://terfisaslur.com/ um ''site'' inteiro] criado somente para esse fim.
 
== "SWERF" ==
 
A palavra ''SWERF'' está proximamente relacionada a ''TERF'' e é utilizada de maneira similarmente desonesta e deturpadora. Mulheres (e homens que se preocupam com os direitos das mulheres) críticas da indústria do sexo pela sua natureza exploradora são acusadas de serem "exclusionárias de trabalhadoras do sexo", numa tentativa de fazê-las parecer terem ódio de um grupo oprimido.
 
De fato, as pessoas que são chamadas de "SWERF" tendem a apoiar o [[modelo nórdico]] contra a prostituição, que vê um sistema de assistência social de alta qualidade como um componente necessário no combate à prostituição e no alívio a problemas enfrentados por mulheres que somente escolher prostituir-se por causa de condições econômicas extremas. Além disso, muitas das que são chamadas de "SWERF" tendem a ser mulheres que já trabalharam na prostituição.
 
Notavelmente, uma das mais conhecidas feministas anti-prostituição e anti-pornografia, [[Andrea Dworkin]], já foi uma prostituta e não tinha vergonha de admitir isso. Outro exemplo notável é [[Rachel Moran]], que esteve envolvida com a prostituição quando tinha entre 15 e 22 anos de idade, para depois tornar-se uma das mais notáveis ativistas anti-prostituição e a favor do modelo nórdico dos últimos anos.
 


[[File:Theterfs-logo.png|thumb|right|300px|Actual logo of TheTERFs.com: Evil black scribbles!]]
=== Galeria ===


It should be noted that ''The TERFs'' offers little more than out-of-context quotes from several decades ago as "evidence" for its hyperbolic claims regarding so-called "TERF" ideology. It also showcases a small number of cherry-picked tweets, half of which are from right-wing sources that also happen to oppose the transgender movement, which trans activists claim proves that feminists are secretly allied with them in a big conspiracy. (This line of thinking is often ridiculed as: "Hitler was a vegetarian, therefore vegetarians are Nazis.")
<gallery caption="Discussão sobre o ''tweet'' de ódio de McLean" perrow=3 widths=400px heights=200px>
File:Sonicfox3.jpg | McLean defendendo o seu ''tweet'' sob a alegação de que Ronda Rousey é uma "TERF" e, como tal, é merecedora desse desprezo violento.
File:Sonicfox-copycat1.png | Uma imitação do ''tweet'' mostrando outra personagem de ''video game'' morrendo brutalmente, e com a legenda "FUCK TERFS" ("FODAM COM AS TERFS").
File:Sonicfox-copycat2.png | Outra imitação do ''tweet''. O GIF é do personagem de [https://en.wikipedia.org/wiki/Mortal_Kombat_11 Mortal Kombat 11] [https://en.wikipedia.org/wiki/Scorpion_(Mortal_Kombat) Scorpion] queimando viva a sua oponente.
</gallery>


Regarding supposed evidence of "real-life violence motivated by TERF ideology," the website lists six examples. The first three are several decades-old incidences in which groups of women tried to evict transwomen from female-only groups or spaces, using physical force. (Since women are expected to be always nice and passive towards males, even when trying to form radical feminist groups, this is of course seen as unacceptable.) The other three examples don't include any "real-life violence" so it's unclear why they're there.  Two of those are about verbal threats (a run-of-the-mill experience for feminists opposing transgender activists), and one is about the deaths of trans people that are ''assumed'' to be related to lack of access to health care, which to be very blunt has fuck-all to do with feminist ideologies.
<gallery caption="Assédio e vandalismo ao Vancouver Rape Relief" perrow=3 widths=400px heights=200px>
File:Vrr-vandalism1.jpg | Um rato morto pregado à moldura da porta do VRR.
File:Vrr-vandalism2.jpg | O texto "KILL TERFS ... TRANS POWER" ("MATEM AS TERFS ... PODER TRANS") escrito na janela.
File:Vrr-vandalism3.jpg | As frases "FUCK TERFS" ("FODAM COM AS TERFS") e "TRANS WOMEN ARE WOMEN" ("MULHERES TRANS SÃO MULHERES") escritas na porta e na janela.
</gallery>


To summarize: there is not a single documented instance of a feminist group going up to a transgender group to assault or threaten themAny claims of "violence by TERFs" refer either to women trying to evict transwomen from female-only spaces, rarely verbal threats, and lots and lots of fabrication.
<gallery caption="Alguns exemplos de ''tweets'' usando 'terf'" perrow=3 widths=400px heights=200px>
File:Terf-gallery-1.png | "terf isn't a slur ... terfs don't deserve rights" ("terf não é uma ofensa ... terfs não merecem direitos").
File:Terf-gallery-2.jpg | "All terfs will be arrested on sight" ("Todas as terfs serão presas à vista").
File:Terf-gallery-3.jpg | "It's [https://en.wikipedia.org/wiki/Gay_pride#LGBT_Pride_Month Pride] punch a terf" ("É o Orgulho soque uma terf").
File:Terf-gallery-4.png | Colocando 'terf' logo ao lado de 'nazista'.
File:Terf-gallery-5.png | [https://en.wikipedia.org/wiki/Arthur_Chu Arthur Chu] defendendo o discurso de ódio de SonicFox.
File:Terf-gallery-6.png | "Being a TERF is a choiceLike being a Nazi" ("Ser uma TERF é uma escolha. Assim como ser um nazista").
</gallery>


=== The term 'SWERF' ===
== Ver também ==


The word ''SWERF'' is a close relative to ''TERF'' and is applied in a similarly dishonest, misrepresenting way.  Women (and men who care about women's rights) who are critical of the sex industry for its exploitative nature are accused of being "sex-worker exclusionary" in an attempt to make them seem hateful towards an oppressed group.
* [[Ideologia transgênero]]


In fact, the people slurred as "SWERF" tend to be supporters of the [[Nordic Model]] against prostitution, which sees a high-quality welfare system as a necessary component in tackling prostitution, and in alleviating problems faced by women who would otherwise choose to do prostitution out of economic desperation.  Further, many of those slurred "SWERF" tend to be women who worked in prostitution themselves.
== Ligações externas ==


Notably, one of the biggest anti-prostitution and anti-pornography feminists [[Andrea Dworkin]] was an ex-prostitute herself, and not ashamed of admitting so.  Another notable example is [[Rachel Moran]], who was in prostitution between the ages of 15 and 22, only to become one of the most notable anti-pornography activists in recent years.
* [https://terfisaslur.com/ terfisaslur.com - Documentando o abuso, assédio e misoginia da política de identidade transgênero (em inglês)]
* [https://www.feministcurrent.com/tag/terf/ Arquivo TERF | Feminist Current (em inglês)]
* [https://speakupforwomen.nz/dont-call-women-terfs/ Não Chame Mulheres de 'Terfs' | Speak Up for Women NZ (em inglês)]
* [https://medium.com/@amydyess83/terf-is-hate-speech-and-its-time-to-condemn-it-6efc897ce407 TERF é Discurso de Ódio e é Hora de Condenarmos Isso (em inglês)]


== References ==
== Referências ==


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|date=August 17, 2008
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|author=Viv Smythe (aka tigtog)
|date=November 28, 2018
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|title=Defending the ‘TERF’: Gender as political
|author=C.K. Egbert
|date=July 16, 2014
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|title=How ‘TERF’ works
|author=Sarah Ditum
|date=July 29, 2014
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|title=I Am Now Officially a Transphobic Twitter Troll
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|date=August 8, 2014
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|title=Why I no longer hate ‘TERFs’
|author=Penny White
|date=November 10, 2015
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|title=Trans activism is excusing & advocating violence against women, and it’s time to speak up
|author=Meghan Murphy
|date=May 1, 2018
|website=Feminist Current
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|title=Welcome to the age of ironic bigotry, where old hatreds are cloaked in woke new language
|author=Helen Lewis
|date=May 1, 2019
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|title=Ronda Rousey vs. Fallon Fox Head-to-Toe Breakdown
|author=Jordy McElroy
|date=May 25, 2013
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|title=When Role Models Become Problematic: Ronda Rousey and Transmisogyny
|author=Teresa Jusino
|date=August 3, 2015
|website=The Mary Sue
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|title=After Being TKO’d by Fallon Fox, Tamikka Brents Says Transgender Fighters in MMA ‘Just Isn’t Fair’
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|title=“This is what I want to do to you” – Dissecting the ‘POV ur a TERF in my mentions’ trend.
|author=Rebecca
|date=October 6, 2019
|website=radfemrebecca.wordpress.com
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|title=Vancouver Women’s Library opens amid anti-feminist backlash
|author=Meghan Murphy
|date=February 7, 2017
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|title=Suspects sought after brawl between transgender activists and radical feminists
|author=Press Association
|date=October 26, 2017
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|title=The madness of our gender debate, where feminists defend slapping a 60-year-old woman
|author=Helen Lewis
|date=April 20, 2018
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|title=Trans rights, TERFs, and a bruised 60-year-old: what happened at Speakers’ Corner?
|author=Anoosh Chakelian
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|title=Radical feminist warned to refer to transgender defendant as a 'she' during assault case
|author=Victoria Ward
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|title=Transgender activist Tara Wolf denies thumping radical feminist
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|title=Transgender model who punched feminist and smashed her £120 camera in violent brawl at Hyde Park Speakers' Corner protest walks free from court
|author=Bridie Pearson-jones
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|title=Historic Speaker’s Corner becomes site of anti-feminist silencing and violence
|author=Meghan Murphy
|date=September 15, 2017
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|title=Trans-identified male, Tara Wolf, convicted of assault after Hyde Park attack
|author=Jen Izaakson
|date=April 27, 2018
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|title=Transgender Activist Ordered To Stand Trial For Oakland Triple Murder
|date=March 7, 2018
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|title='MICHIGAN EIGHT' EVICTED OVER FESTIVAL'S NEW 'DON'T ASK DON'T TELL' GENDER POLICY
|date=August 12, 2000
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|date=November 16, 2016
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|author=Jonathan Szekeres and Lauren Boothby
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=== Other links ===
<!-- Links para outras linguagens: -->


* [https://terfisaslur.com/ terfisaslur.com - Documenting the abuse, harassment and misogyny of transgender identity politics]
[[en:TERF]]
* [https://www.feministcurrent.com/tag/terf/ TERF Archives | Feminist Current]

Edição atual desde as 01h08min de 19 de junho de 2020

Um tweet típico contendo do termo "TERF"

A palavra TERF (ou terf; pl. terfs ou terves) é uma ofensa usada predominantemente por ativistas transgênero e seus aliados contra pessoas que criticam o movimento transgênero com base em argumentos feministas. Como essa ofensa é usada para referir-se a pessoas com argumentos feministas, seu maior alvo costuma ser mulheres. Como tal, ela é normalmente entendida como sendo uma ofensa anti-feminista, sexista e misógina.

A palavra foi inventada como um acrônimo para Trans-Exclusionary Radical Feminist (inglês para "Feminista Radical Trans-Exclusionária"), onde a parte "trans-exclusionary" ("trans-exclusionária") refere-se a essas pessoas serem da opinião de que mulheres trans não deveriam ser incluídas dentro da definição feminista de feminilidade, e a parte "radical feminist" ("feminista radical") foi aplicada de maneira neutra para referir-se àquelas pessoas que de fato se descrevem como feministas radicais no seu verdadeiro sentido.

Com o tempo, o acrônimo tornou-se um termo ofensivo. Atualmente, a capitalização dessa palavra frequentemente não é feita, e o significado já ambíguo de seu sentido original é inteiramente ignorado. Ainda assim, usuários do termo costumam alegar que se trata de um termo neutro. A parte "trans-exclusionary" ("trans-exclusionária") agora pode se referir a qualquer pessoa que pense que mulheres trans não deveriam poder ter acesso irrestrito a espaços exclusivamente femininos (como vestiários), participar em esportes femininos - onde elas possuem vantagens injustas -, a relacionamentos com lésbicas etc. Apesar de a maior parte do público poder considerar essas posições como minimamente sensatas, levando em conta que uma "mulher trans" pode ter uma anatomia masculina intacta, ativistas transgênero veem todos esses tipos de "exclusão" como inaceitáveis.

Um termo associado de maneira próxima a esse é SWERF, que supostamente significa Sex-Worker-Exclusionary Radical Feminist (inglês para "Feminista Radical Exclusionária de Trabalhadoras do Sexo") e é usado para referir-se àquelas pessoas que veem a indústria sexual (prostituição, pornografia etc.) como altamente exploratória e sexista. Assim como TERF, esse termo é quase sempre proferido como uma ofensa e para deturpar a posição política do indivíduo contra a qual ele é usado. Ironicamente, algumas dessas pessoas chamadas de SWERF são comumente mulheres que trabalharam na prostituição e tornaram-se ativistas anti-prostituição como resultado de suas próprias experiências como as chamadas "trabalhadoras do sexo".

Origem

O uso mais antigo do termo foi feito por Viv Smythe aka "tigtog" em um blog post de 2008.[1] Ela defendeu o termo em 2018, num artigo para o The Guardian.[2] Ativistas transgênero frequentemente tentam defender o tempo sob a justificativa de que Viv Smythe é uma mulher que alega ser feminista radical, e parece ter usado o termo pela primeira vez de uma maneira que não é depreciativa. Obviamente, as origens benignas do termo não implicam que ele não possa evoluir de forma a tornar-se uma ofensa.

A evolução para discurso de ódio

Não é de forma alguma uma ofensa!

A evolução do termo de 2008 até o início e meados dos anos 2010 não foi bem documentada. Em sua maior parte, feministas tiveram que defrontar o termo em redes sociais, onde ele passou a ser regularmente usado para rebaixar as suas posições políticas. Em julho de 2014, o site Feminist Current publicou dois artigos que faziam referênciam ao termo. O primeiro, escrito por C. K. Egbert e entitulado Defending the 'TERF': Gender as political ("Defendendo o 'TERF': Gênero como política", em tradução livre do inglês) explica e defende a teoria política por trás das ideias defendidas por feministas que são chamadas de "terf".[3] O segundo, escrito por Sarah Ditum e entitulado How 'TERF' works ("Como o 'TERF' funciona", em tradução livre do inglês), analisa brevemente a situação na qual uma mulher é pressionada a retratar uma declaração em oposição à violência contra a mulher, sob a justificativa de que a declaração veio originalmente de uma feminista que é considerada uma "terf".[4] Como o Feminist Current é altamente elogiado por feministas radicais, a sua decisão de apoiar as mulheres que foram chamadas de "terf" pode ser vista como um momento decisivo.

Em agosto de 2014, Vice publicou um artigo intitulado I Am Now Officially a Transphobic Twitter Troll - "Agora Sou Oficialmente um Troll Transfóbico do Twitter", em tradução livre do inglês - (subtítulo: At least according to the 'Block Bot' I am, ou "Pelo menos, de acordo com o 'Block Bot' eu sou"), do autor Martin Robbins.[5] No artigo, Robbins fala sobre como o projeto do "Block Bot" no Twitter, que foi criado para ajudar as pessoas a evitarem trolls abusivos, incluiu autoras e jornalistas feministas como Caroline Criado-Perez e Helen Lewis entre as pessoas que deveriam ser bloqueadas. Ironicamente, Lewis parece ter sido incluída na lista por reclamar sobre trolls abusivos, já que como "evidência" para bani-la incluem-se objeções a tweets como "kill TERFS" ("matem TERFS"), "burn TERFS" ("queimem TERFS") ou piadas odiosas como "what's better than 1 dead terf? 2 dead terfs" ("o que é melhor que 1 terf morta? 2 terfs mortas").

Outro artigo do Feminist Current defendendo as pessoas chamadas por essa ofensa foi publicado em novembro de 2015, escrito por Penny White e entitulado Why I no longer hate 'TERFs' ("Porque eu não mais odeio 'TERFs'", em tradução livre do inglês).[6] No artigo, White explica como ela própria costumava acreditar que as chamadas "TERFs" mereciam ser desprezadas, mas mudou de opinião após começar a olhar com mais cuidado para esse problema. Essa experiência parece repetir-se entre muitas mulheres e alguns homens socialmente liberais na atualidade, que começaram sendo apoiadores do movimento transgênero para depois tornarem-se céticos após experiências e observações negativas, por fim levando-os a também serem denominados de "terf" e desprezados por ativistas transgênero e seus aliados. Após isso, o Feminist Current começou a publicar artigos críticos do movimento transgênero com frequência, muito para o enraivecimento dos ativistas transgênero.

Em junho de 2017, o ativista transgênero Mya Byrne foi a San Francisco Pride Parade com uma camiseta com o escrito "I PUNCH TERFS" ("EU SOCO TERFS", em tradução do inglês), decorada com uma grande mancha de sangue falso. Byrne fez o upload de uma selfie sua vestindo a camiseta na parada e com o subtítulo "This is what gay liberation looks like #pride #yesallterfs" (inglês para "Isto é o que a liberação gay parece #orgulho #simtodasasterfs"), o que ocasionou muitas reações negativas.[7] A camiseta seria mais tarde exibida em uma "exposição de arte" na San Francisco Public Library, montada pelo grupo de ativismo trans The Degenderettes. Após reclamações, a biblioteca removeu a camiseta da exibição, apesar de que itens similares mostrando uma mentalidade violenta permaneceram, como um taco de beisebol enrolado com um arame farpado e pintado nas cores da bandeira de orgulho transgênero.[7]

O tweet de Dominique McLean glorificando a violência contra as mulheres.

Em abril de 2019, o video gamer profissional Dominique McLean aka SonicFox realizou o upload de um vídeo no Twitter com a legenda "what I do to terfs" ("o que eu faço com terfs"), no qual um personagem de video game atinge o pescoço de uma personagem com tanta força que a pele do pescoço dela sai, enquanto a câmera mostra o seu rosto agonizante. McLean pode ser ouvido gritando "terf!" em seu microfone juntamente com cada golpe dado na personagem, no que faz lembrar um linchamento.[8] O tweet ganhou centenas de milhares de visualizações e milhares de retweets e curtidas.

O tweet de McLean tornou-se ainda pior pelo fato de que esse ódio não é somente direcionado a uma personagem "terf" imaginária, mas à voz da atriz por trás da personagem, Ronda Rousey. Rousey, que é uma lutadora de MMA (artes marciais mistas), é considerada uma "TERF" por ter dito, com palavras bruscas, que é injusto o lutador de MMA do sexo masculino Fallon Fox competir contra mulheres.[9][10][11] Um ano após a declaração de Rousey, a lutadora de MMA Tamikka Brents sofreu uma concussão e uma fratura do osso orbital durante uma luta contra Fallon Fox,[12] mas isso não parece ter mudado a opinião dos ativistas trans.

Após o tweet de McLean ter sido denunciado por discurso de ódio, o Twitter inicialmente decidiu que ele não quebrava as suas regras. Somente após repetidos protestos e várias outras denúncias o Twitter reagiu, removendo o tweet e emitindo a SonicFox um banimento de meras 24 horas.

No final de 2019, uma tendência nas redes sociais denominada "POV you're a TERF in my mentions" ("ponto de vista de você ser uma TERF nas minhas menções") teve início, na qual ativistas trans posavam com uma arma (taco de beisebol, espada, machete ou outras), às vezes preparando-se para golpear ou mostrando-os no meio de um golpe, tiradas como se fossem uma fotografia de ponto de vista e com a legenda "POV you're a TERF in my mentions" ("ponto de vista de você ser uma TERF nas minhas menções"), ou alguma variação.[13] As fotografias supostamente representam o ponto de vista de uma "TERF" sendo agredida pela pessoa retratada. Em outras palavras, mulheres chamadas de "TERF" que olham para a foto deveriam imaginar a si próprias sendo violentamente agredidas.

Em maio de 2020, foi feita uma publicação num blog do Medium.com comparando as chamadas TERFs a nazistas em um tom aparentemente verossímil e explicando como vários métodos, tais como infiltração, censura, danos patrimoniais e violência física deveriam ser usados contra elas.[14] A conta utilizada para a publicação do artigo foi suspensa do Medium.com no mesmo dia e seu conteúdo republicado no WordPress um pouco depois.[15]

Vandalismos, assédios e agressões na vida real

Em fevereiro de 2017, a recém-aberta Vancouver Women's Library foi recebida por um pequeno grupo de vândalos, incluindo uma pessoa que era claramente do sexo masculino e que alegava ser uma trabalhadora do sexo. Eles arrancaram um pôster, derramaram vinho em um livro e assediaram aqueles que tentaram participar da cerimônia de abertura do estabelecimento. A justificativa que deram foi de que a biblioteca incluía livros que eles diziam supostamente apoiar a ideologia "TERF" e "SWERF".[16]

A agressão de Tara Wolf a Maria MacLachlan (September 13th, 2017)

Em setembro de 2017, um grupo de feministas quis marcar uma reunião para discutir as mudanças propostas pelo Gender Recognition Act (GRA), na biblioteca comunitária New Cross Learning de Londres. A biblioteca teve de cancelar o evento após o assédio de ativistas transgênero. As organizadoras da reunião decidiram encontrar-se na Speakers' Corner, antes de ir ao novo local da reunião, que não havia sido anunciado de forma a protegê-lo de assédio. Na Speakers' Corner, elas foram recebidas por um grupo de ativistas transgênero gritando frases como "when TERFs attack, we fight back" ("quando TERFs atacam, nós revidamos", em inglês). Maria MacLachlan, que estava filmando os protestantes com a sua câmera digital, foi atacada por uma pessoa vinda do grupo de ativistas trans e que então tentou tomar a sua câmera. Após não ter sucesso, o atacante correu para trás de seus amigos, e MacLachlan tentou aproximar-se do grupo para filmar o seu rosto com a câmera. Vários dos ativistas começaram a agredi-la nesse momento. Um dos agressores, que após o evento revelou-se ser Tara Wolf, foi acusado de agressão física. Anteriormente ao evento, ele havia postado que queria "f*der com algumas terfs" em uma rede social. Esse evento pode ser considerado como um marco do ódio crescente que ativistas transgênero demonstram contra feministas, já que nenhuma outra agressão havia sido documentada claramente com relação à ofensa "TERF", e o evento ganhou atenção generalizada nas notícias, sendo coberto pelo The Guardian,[17] The New Statesman,[18][19] The Telegraph,[20] The Times,[21][22] The Evening Standard,[23] e pelo The Daily Mail.[24] Foi também, é claro, coberto pelo Feminist Current.[25][26] Como resultado do evento, muitos ativistas transgênero defenderam e até mesmo celebraram a agressão, levando Meghan Murphy a publicar o texto 'TERF' isn't just a slur, it's hate speech ("TERF não é só uma ofensa, é discurso de ódio"). Algumas publicações, ao defender os ativistas transgênero, tentaram alegar que o agressor estava na verdade agindo em legítima defesa, e tentaram provar essa alegação através do upload de cortes cuidadosamente editados da gravação mostrando a agressão,[27] ou descrevendo a agressão como "revidando contra bullies" que "provocaram" os ativistas transgênero (ao terem opiniões das quais estes não gostaram, presumivelmente).[28]

Em dezembro de 2018, a advogada de defesa dos direitos humanos, Prof. Rosa Freedman, encontrou a porta de seu escritório coberta com urina após participar de debates relacionados às mudanças propostas ao Gender Recognition Act do Reino Unido. Ela também alegou ter sido chamada de uma "nazista" (ela é judia) que "deveria ser estuprada" (ela é uma sobrevivente de violência sexual) e de receber telefonemas abusivos anônimos.[29]

Em 2018, o ativista transgênero Dana Rivers foi a julgamento por homicídio triplo.[30] As vítimas eram um casal de lésbicas e o seu filho adotivo. Rivers esfaqueou e atirou nas vítimas, antes de tentar colocar fogo em sua casa, em novembro de 2016. Ainda não está claro se Rivers foi motivado pelo ódio contra feministas e lésbicas disseminado por ativistas transgênero. Rivers era, no entanto, membro do grupo Camp Trans, que foi criado para protestar a regra de apenas mulheres poderem participar do Michigan Womyn's Music Festival (aka MichFest).[31] A Autostraddle descreveu Rivers como um "ativista transgênero muito conhecido".[32]

Em junho de 2019, Julie Bindel foi fisicamente agredida por uma pessoa do sexo masculino após dar um discurso sobre a violência de homens contra mulheres, na Universidade de Edimburgo, junto com a Prof. Rosa Freedman.[33] "Ele estava gritando e reclamando e esbravejando, 'você é uma p*** do c******, você é uma cadela do c******, uma Terf do c******' e outras coisas. Estávamos tentando andar até o táxi para levar-nos até o aeroporto, e então ele apenas saltou em minha direção e quase me deu um soco no rosto, mas um segurança afastou-o de mim". Essa pessoa do sexo masculino, que diz se chamar "Cathy Brennan" (por causa da advogada lésbica e feminista radical de mesmo nome, a quem ele despreza), já havia chamado a atenção em redes sociais por defender agressões físicas contra feministas em paradas de Orgulho Gay.

Em 16 de agosto de 2019, a conta no Facebook do Vancouver Rape Relief and Women's Shelter relatou que um rato mortou havia sido pregado na moldura de sua porta.[34] Em 26 de agosto, a sua conta no Twitter seguiu relatando que as suas portas e janelas haviam sido vandalizadas com frases como "FUCK TERFS" ("FODAM COM AS TERFS") e "KILL TERFS" ("MATEM AS TERFS"), assim como "TRANS POWER" ("PODER TRANS").[35] O repetido assédio e vandalismos chamaram a atenção local e nacional.[36][37][38]

Análise do termo

O acrônimo original pode ser dividido em duas metades: "feminista radical" e "trans-exclusionária". Apesar de muitas pessoas chamadas por esse termo não se considerarem feministas radicais, os seus ideais muito frequentemente alinham-se com o feminismo radical, tornando essa parte um tanto acurada. A parte "trans-exclusionária", no entanto, é um pouco ambígua, e seu significado parece mudar de acordo com a vontade da pessoa que usa o termo.

Quando aquele que usa o termo quer justificá-lo como uma descrição objetiva e acurada, ele usará definições simplistas e banais de "exclusão" que se aplicam facilmente a maioria das pessoas contra as quais o termo é utilizado. Exemplos disso podem incluir:

  • Querer que mulheres trans com vantagens anatômicas injustas sejam excluídas de esportes femininos;
  • Querer que mulheres trans com anatomia masculina evidente (como genitais masculinos intactos) sejam excluídas de espaços privativos segregados por sexo, como em vestiários;
  • Não considerar que mulheres trans sejam literalmente mulheres, ao apontar que a definição no dicionário de mulher é de um "humano adulto do sexo feminino";
  • Querer excluir mulheres trans de alguns grupos políticos que querem ter foco nas lutas únicas às pessoas nascidas com anatomia feminina;
  • Querer que crimes cometidos por mulheres trans não sejam registrados como tendo sido cometido por mulheres, especialmente porque os padrões criminosos de mulheres trans parecem mais compatíveis com os padrões criminosos de homens,[39] que cometem a vasta maioria dos crimes violentos, especialmente os de natureza sexual.[40]
Algumas das mentiras hiperbólicas que ativistas trangênero usam para justificar o ódio a feministas

No entanto, uma vez que o termo "TERF" é aplicado a alguém com base nessa pessoa possuir as opiniões supracitadas (que muitas pessoas, inclusive as que não são feministas, concordariam ser sensatas), a definição de "exclusão" é rapidamente alterada para justificar expressões de ódio. Às vezes, o "trans-exclusionária" é até mesmo alterado hiperbolicamente para "trans-exterminatória", de forma a aumentar o seu efeito indutor de pânico. O site The TERFs chega até mesmo a alegar que pessoas rotuladas como "TERF" querem:

  • Excluir pessoas trans do acesso a moradia (torná-las sem teto);
  • Excluir pessoas trans do acesso a emprego (torná-las desempregadas);
  • Excluí-las do acesso a educação (mantê-las sem instrução);
  • Excluí-las do acesso a igualdade de acomodação;
  • Excluí-las das proteções locais, estaduais, nacionais e das Nações Unidas (!).

Como tais, as mulheres chamadas de "TERF" são representadas menos como mulheres que simplesmente querem defender os direitos das mulheres baseados em sexo e mais como monstros facistas. Isso é então usado para incitar ódio e violência contra elas. É também notável como a exclusão de mulheres trans (de espaços exclusivos para mulheres etc.) torna-se aqui uma suposta exclusão de todas as pessoas trans (do que quer que seja). Na verdade, mulheres chamadas de "TERF" frequentemente dirão de maneira explícita que homens trans são bem-vindos em seus grupos, já que homens trans também sofrem as opressões que todas as mulheres sofrem desde o nascimento.

A estratégia de ativistas transgêneros de usar definições simples de "TERF" para fazer esse termo parecer acurado, para então distorcer a sua definição para justificar o ódio, é bastante similar à estratégia "troll" que foi observada pelo filósofo Nicholas Shackel, e denominada Doutrina de Motte e Bailey em um artigo intitulado The Vacuity of Postmodernist Methodology ("A Vacuidade da Metodologia Pós-Modernista", em tradução livre do inglês):

"Os Truísmos de um Troll são usados para insinuar uma falsidade emocionante, que é uma doutrina desejada, e ainda assim permitir a retirada para uma verdade trivial quando pressionado por um oponente. Ao fazer isso eles exibem uma propriedade que os torna o caso mais simples possível do que eu chamarei de uma Doutrina de Motte e Bailey (já que uma doutrina pode ser uma única crença ou um corpo inteiro de crenças).

Um castelo de Motte e Bailey é um sistema medieval de defesa no qual uma torre de pedra numa colina (o Motte) é cercado por uma área de terra (o Bailey), a qual por sua vez é envolta por algum tipo de barreira, como uma vala. Por ser escura e úmida, a Motte não é uma habitação de escolha. A única razão para a sua existência é a desirabilidade do Bailey, cuja combinação da Motte e da vala torna relativamente fácil de reter, apesar dos ataques de saqueadores. Quando somente levemente pressionada, a vala torna fácil a derrota de um pequeno número de atacantes enquanto esses tentam atravessá-la: quando fortemente pressionada, a vala não é defensável, e nem o Bailey. Ao invés disso, a pessoa recuará para a insalubre, mas defensável, e talvez inexpugnável, Motte. Eventualmente, os saqueadores desistem, quando alguém está bem posicionado para reocupar a terra desejável.

Para os meus propósitos, o desejável, mas somente levemente defensável território do castelo de Motte e Bailey, o que quer dizer, o Bailey, representa uma doutrina ou posição filosófica com propriedades similares: desejável ao seu proponente mas somente levemente defensável. A Motte é a posição defensável, mas indesejável, à qual alguém recua quando fortemente pressionado. Acredito ser evidente que os Truísmos de um Troll possuem a propriedade de Motte e Bailey, já que as falsidades emocionantes constituem a região desejável, mas indefensável, dentro da vala na qual a verdade trivial constitui a Motte defensável, mas úmida, à qual alguém se retira quando pressionado."

No nosso caso, a Motte é uma declaração facilmente defensável, como: "Você não considera mulheres trans como literalmente mulheres, logo, você é trans-exclusionária, o que a torna uma TERF". Enquanto o Bailey é: "Você quer excluir pessoas trans do acesso a moradia e emprego e, logo, tenho justificativa para odiar você fortemente!"

Esse também poderia ser chamado de argumento "isco-e-troca", na qual alguém é "iscado" a concordar com a declaração de que alguém é uma "TERF" através da utilização de uma definição simplista de "exclusão trans", para então essa definição ser alterada para algo ruim, de forma a justificar expressões de ódio.

Inspeção das alegações em The TERFs

Logotipo real do TheTERFs.com: Rabiscos pretos malignos

Deve ser notado que o The TERFs oferece pouco mais do que citações fora de contexto de várias décadas atrás como "evidência" para as suas alegações hiperbólicas envolvendo uma chamada ideologia "TERF". Ele também mostra um certo número de tweets cuidadosamente selecionados, metade dos quais vem de fontes da direita política que também se opõe ao movimento transgênero, o que leva ativistas trans a alegarem que isso prova que feministas são secretamente aliadas à direita numa grande conspiração. (Essa linha de raciocínio também é frequentemente ridicularizada como: "Hitler era vegetariano. Logo, vegetarianos são nazistas")

A respeito de supostas evidências de "violência na vida real motivadas pela ideologia TERF", o site lista seis exemplos, dos quais três na verdade não apresentam nenhuma violência. Aqueles que apresentam dizem respeito a incidentes de várias décadas atrás, nos quais mulheres tentaram expulsar mulheres trans de grupos ou espaços exclusivamente femininos, usando força física ou ameaças diretas. Devido a ser esperado que mulheres sejam sempre boazinhas e passivas em relação a homens, até mesmo quando tentam formar grupos feministas radicais e manter homens fora deles, isso é obviamente visto como inaceitável. Dois exemplos são de ameaças verbais, que são experiências rotineiras para feministas que se opõe a ativistas trans. A última é sobre as mortes de pessoas trans que são presumidas serem relacionadas à falta de acesso a cuidados médicos, fator que não tem relação nenhuma com a ideologia feminista.

Para resumir: não há um único exemplo documentado de um grupo feminista ter agredido ou ameaçado um grupo transgênero. Qualquer alegação de "violência por TERFs" refere-se a mulheres tentando expulsar mulheres trans de espaços exclusivamente femininos, a casos extremamente raros de ameaças verbais ou a muitas e muitas fabricações. Em comparação, ativistas trans já foram a bibliotecas de mulheres para vandalizá-las,[16] foram a encontros feministas para agredir mulheres,[25][26] apareceram usando máscaras em conferências feministas para intimidar mulheres[41] e o abuso verbal onipresente que eles direcionam a mulheres consegue encher um site inteiro criado somente para esse fim.

"SWERF"

A palavra SWERF está proximamente relacionada a TERF e é utilizada de maneira similarmente desonesta e deturpadora. Mulheres (e homens que se preocupam com os direitos das mulheres) críticas da indústria do sexo pela sua natureza exploradora são acusadas de serem "exclusionárias de trabalhadoras do sexo", numa tentativa de fazê-las parecer terem ódio de um grupo oprimido.

De fato, as pessoas que são chamadas de "SWERF" tendem a apoiar o modelo nórdico contra a prostituição, que vê um sistema de assistência social de alta qualidade como um componente necessário no combate à prostituição e no alívio a problemas enfrentados por mulheres que somente escolher prostituir-se por causa de condições econômicas extremas. Além disso, muitas das que são chamadas de "SWERF" tendem a ser mulheres que já trabalharam na prostituição.

Notavelmente, uma das mais conhecidas feministas anti-prostituição e anti-pornografia, Andrea Dworkin, já foi uma prostituta e não tinha vergonha de admitir isso. Outro exemplo notável é Rachel Moran, que esteve envolvida com a prostituição quando tinha entre 15 e 22 anos de idade, para depois tornar-se uma das mais notáveis ativistas anti-prostituição e a favor do modelo nórdico dos últimos anos.


Galeria

Ver também

Ligações externas

Referências

  1. Viv Smythe (aka tigtog) (August 17, 2008). Carnivalia, transgenderism and the gender binary. Hoyden About Town.
  2. Viv Smythe (aka tigtog) (November 28, 2018). I'm credited with having coined the word 'Terf'. Here's how it happened. The Guardian.
  3. C.K. Egbert (July 16, 2014). Defending the ‘TERF’: Gender as political. Feminist Current.
  4. Sarah Ditum (July 29, 2014). How ‘TERF’ works. Feminist Current.
  5. Martin Robbins (August 8, 2014). I Am Now Officially a Transphobic Twitter Troll. Vice.
  6. Penny White (November 10, 2015). Why I no longer hate ‘TERFs’. Feminist Current.
  7. 7,0 7,1 Meghan Murphy (May 1, 2018). Trans activism is excusing & advocating violence against women, and it’s time to speak up. Feminist Current.
  8. Helen Lewis (May 1, 2019). Welcome to the age of ironic bigotry, where old hatreds are cloaked in woke new language. The New Statesman.
  9. Jordy McElroy (May 25, 2013). Ronda Rousey vs. Fallon Fox Head-to-Toe Breakdown. Bleacher Report.
  10. Teresa Jusino (August 3, 2015). When Role Models Become Problematic: Ronda Rousey and Transmisogyny. The Mary Sue.
  11. Celebrity TERF Ronda Rousey to play Sonya Blade in Mortal Kombat 11. reddit.
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