TERF: diferenças entre revisões

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|description = TERF é uma ofensa usada por ativistas transgênero para depreciar qualquer pessoa que critique esse movimento com base em argumentos feministas.
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[[File:Terf-slur-02.png|thumb|300px|Um ''tweet'' típico contendo do termo "TERF"]]
 
A palavra '''TERF''' (ou ''terf''; pl. ''terfs'' ou ''terves'') é uma ofensa usada predominantemente por ativistas transgênero e seus aliados contra pessoas que criticam o movimento transgênero com base em argumentos feministas. Como essa ofensa é usada para referir-se a pessoas com argumentos feministas, seu maior alvo costuma ser mulheres. Como tal, ela é normalmente entendida como sendo uma ofensa anti-feminista, sexista e misógina.


[[File:Terf-slur-02.png|thumb|300px|A typical tweet containing "terf"]]
A palavra foi inventada como um acrônimo para ''Trans-Exclusionary Radical Feminist'' (inglês para "Feminista Radical Trans-Exclusionária"), onde a parte "trans-exclusionary" ("trans-exclusionária") refere-se a essas pessoas serem da opinião de que mulheres trans não deveriam ser incluídas dentro da definição feminista de feminilidade, e a parte "radical feminist" ("feminista radical") foi aplicada de maneira neutra para referir-se àquelas pessoas que de fato se descrevem como [https://pt.wikipedia.org/wiki/Feminismo_radical feministas radicais] no seu verdadeiro sentido.


The word ''TERF'' (or ''terf'') is a slur that is used predominantly by transgender activists and their allies against people who criticize the transgender movement on the basis of feminist concerns.  Since the slur is used for people with feminist concerns, the main target tend to be women. As such, it's usually understood to be an anti-feminist, sexist and misogynist slur.
Com o tempo, o acrônimo tornou-se um termo ofensivo. Atualmente, a capitalização dessa palavra frequentemente não é feita, e o significado já ambíguo de seu sentido original é inteiramente ignorado. Ainda assim, usuários do termo costumam alegar que se trata de um termo neutro. A parte "trans-exclusionary" ("trans-exclusionária") agora pode se referir a qualquer pessoa que pense que mulheres trans não deveriam poder ter acesso irrestrito a espaços exclusivamente femininos (como vestiários), participar em esportes femininos - onde elas possuem [[Mulheres trans em esportes femininos|vantagens injustas]] -, a relacionamentos com lésbicas etc. Apesar de a maior parte do público poder considerar essas posições como minimamente sensatas, levando em conta que uma "mulher trans" pode ter uma anatomia masculina intacta, ativistas transgênero veem todos esses tipos de "exclusão" como inaceitáveis.


The word was invented as an acronym for ''Trans-Exclusionary Radical Feminist'', where the "trans-exclusionary" part referred to those holding roughly the position that transwomen should not be included under a feminist definition of womanhood, and the "radical feminist" part was meant neutrally, i.e. for people who would indeed describe themselves as [https://en.wikipedia.org/wiki/Radical_feminism radical feminists] in the true sense.  Over time, the acronym pretty much became a [https://en.wikipedia.org/wiki/Four-letter_word four-letter word]. Nowadays the capitalization is frequently omitted, and the already ambiguous original meaning ignored entirely.  Still, users of the term tend to claim that it's a neutral description.  The "trans-exclusionary" part may now refer to anyone who thinks transwomen should not have unfettered access to all female-only spaces (e.g. changing rooms), should not partake in women's sports where they have [[Transwomen in women's sports|unfair advantages]], should not be considered a natural part of the lesbian dating pool, etc.  Although most members of the public would see these as rather sensible positions, considering a "transwoman" may have intact male anatomy, transgender activists nevertheless see all of these types of "exclusion" as unacceptable.
Um termo associado de maneira próxima a esse é ''SWERF'', que supostamente significa ''Sex-Worker-Exclusionary Radical Feminist'' (inglês para "Feminista Radical Exclusionária de Trabalhadoras do Sexo") e é usado para referir-se àquelas pessoas que veem a indústria sexual (prostituição, pornografia etc.) como altamente exploratória e sexista. Assim como ''TERF'', esse termo é quase sempre proferido como uma ofensa e para deturpar a posição política do indivíduo contra a qual ele é usado. Ironicamente, algumas dessas pessoas chamadas de ''SWERF'' são comumente mulheres que trabalharam na prostituição e tornaram-se ativistas anti-prostituição como resultado de suas próprias experiências como as chamadas "trabalhadoras do sexo".


A closely associated term is ''SWERF'', which is supposed to stand for ''Sex-Worker-Exclusionary Radical Feminist'' and is used for those who see the sex industry (prostitution, pornography, etc.) as highly exploitative and sexist.  Like ''TERF'', the term is almost always applied as a slur, and to misrepresent the political position of the person it's used against.  Ironically, some of those who have to face the term most commonly are women who worked in prostitution and became anti-prostitution activists as a result of their own experiences as so-called sex workers.
== Origem ==


== History ==
O uso mais antigo do termo foi feito por Viv Smythe aka "tigtog" em um ''blog post'' de 2008.<ref name=terf-origin/> Ela defendeu o termo em 2018, num artigo para o The Guardian.<ref name=guardian-smythe/> Ativistas transgênero frequentemente tentam defender o tempo sob a justificativa de que Viv Smythe é uma mulher que alega ser feminista radical, e parece ter usado o termo pela primeira vez de uma maneira que não é depreciativa. Obviamente, as origens benignas do termo não implicam que ele não possa evoluir de forma a tornar-se uma ofensa.


=== Origin ===
== A evolução para discurso de ódio ==


The oldest known use of the term is by Viv Smythe aka "tigtog" in a blog post from 2008.<ref name=terf-origin/>  She defended the term as late as 2018, in an article for The Guardian.<ref name=guardian-smythe/>  Transgender activists frequently try to defend the term on the grounds that Viv Smythe is a woman who herself claims to be a radical feminist, and seems to have first used the term in a way that is not derogatory.  Of course, the benign origins of a term does not mean that it cannot evolve into a slur.
[[File:Mya-byrne-punches-terfs.jpg|thumb|right|200px|Não é de forma alguma uma ofensa!]]


=== Evolution towards hate speech ===
A evolução do termo de 2008 até o início e meados dos anos 2010 não foi bem documentada. Em sua maior parte, feministas tiveram que defrontar o termo em redes sociais, onde ele passou a ser regularmente usado para rebaixar as suas posições políticas. Em julho de 2014, o site [https://www.feministcurrent.com/ Feminist Current] publicou dois artigos que faziam referênciam ao termo. O primeiro, escrito por C. K. Egbert e entitulado ''Defending the 'TERF': Gender as political'' ("Defendendo o 'TERF': Gênero como política", em tradução livre do inglês) explica e defende a teoria política por trás das ideias defendidas por feministas que são chamadas de "terf".<ref name=fc-egbert/> O segundo, escrito por [[Sarah Ditum]] e entitulado ''How 'TERF' works'' ("Como o 'TERF' funciona", em tradução livre do inglês), analisa brevemente a situação na qual uma mulher é pressionada a retratar uma declaração em oposição à violência contra a mulher, sob a justificativa de que a declaração veio originalmente de uma feminista que é considerada uma "terf".<ref name=fc-ditum/> Como o Feminist Current é altamente elogiado por feministas radicais, a sua decisão de apoiar as mulheres que foram chamadas de "terf" pode ser vista como um momento decisivo.


[[File:Mya-byrne-punches-terfs.jpg|thumb|right|200px|Totally not a slur!]]
Em agosto de 2014, Vice publicou um artigo intitulado ''I Am Now Officially a Transphobic Twitter Troll'' - "Agora Sou Oficialmente um Troll Transfóbico do Twitter", em tradução livre do inglês - (subtítulo: ''At least according to the 'Block Bot' I am'', ou "Pelo menos, de acordo com o 'Block Bot' eu sou"), do autor Martin Robbins.<ref name=vice-robbins/> No artigo, Robbins fala sobre como o projeto do "Block Bot" no Twitter, que foi criado para ajudar as pessoas a evitarem ''trolls'' abusivos, incluiu autoras e jornalistas feministas como [[Caroline Criado-Perez]] e [[Helen Lewis]] entre as pessoas que deveriam ser bloqueadas. Ironicamente, Lewis parece ter sido incluída na lista por reclamar sobre ''trolls'' abusivos, já que como "evidência" para bani-la incluem-se objeções a ''tweets'' como "kill TERFS" ("matem TERFS"), "burn TERFS" ("queimem TERFS") ou piadas odiosas como "what's better than 1 dead terf? 2 dead terfs" ("o que é melhor que 1 terf morta? 2 terfs mortas").


The evolution of the term from 2008 into the early to mid 2010s is not well documented.  Mostly, feminists had to face the term on social media, where it began to be used regularly to debase their position.  In July 2014, [https://www.feministcurrent.com/ Feminist Current] published two articles referencing the term.  The first, written by C. K. Egbert and titled ''Defending the 'TERF': Gender as political'', explains and defends in length the political theory underlining the ideas supported by feminists who are slurred as "terf."<ref name=fc-egbert/> The second, written by [[Sarah Ditum]] and titled ''How 'TERF' works'', shortly analyses a situation in which a woman is pressured to retract a statement opposing violence against women, on the grounds that the statement originally stems from a feminist who is considered a "terf".<ref name=fc-ditum/>  Since Feminist Current is highly acclaimed among radical-leaning feminists, its decision to support the women slurred with "terf" could be seen as a turning point.
Outro artigo do Feminist Current defendendo as pessoas chamadas por essa ofensa foi publicado em novembro de 2015, escrito por [[Penny White]] e entitulado ''Why I no longer hate 'TERFs''' ("Porque eu não mais odeio 'TERFs'", em tradução livre do inglês).<ref name=fc-white/> No artigo, White explica como ela própria costumava acreditar que as chamadas "TERFs" mereciam ser desprezadas, mas mudou de opinião após começar a olhar com mais cuidado para esse problema. Essa experiência parece repetir-se entre muitas mulheres e alguns homens socialmente liberais na atualidade, que começaram sendo apoiadores do movimento transgênero para depois tornarem-se céticos após experiências e observações negativas, por fim levando-os a também serem denominados de "terf" e desprezados por ativistas transgênero e seus aliados. Após isso, o Feminist Current começou a publicar artigos críticos do movimento transgênero com frequência, muito para o enraivecimento dos ativistas transgênero.


In August 2014, Vice published an article titled ''I Am Now Officially a Transphobic Twitter Troll'' (subtitle: ''At least according to the 'Block Bot' I am'') by author Martin Robbins.<ref name=vice-robbins/> In the article, Robbins talks about how the "Block Bot" project on Twitter, which is supposed to help people avoid abusive trolls, has included feminist authors and journalists such as [[Caroline Criado-Perez]] and [[Helen Lewis]] among the people who should be blocked. Ironically, Lewis seems to have made it to the list for complaining about abusive trolls, as the "evidence" for the reason to ban her includes objections to tweets such as "kill TERFS", "burn TERFS", or hateful jokes such as "what's better than 1 dead terf? 2 dead terfs."
Em junho de 2017, o ativista transgênero [https://en.wikipedia.org/wiki/Mya_Byrne Mya Byrne] foi a San Francisco Pride Parade com uma camiseta com o escrito "I PUNCH TERFS" ("EU SOCO TERFS", em tradução do inglês), decorada com uma grande mancha de sangue falso. Byrne fez o ''upload'' de uma ''selfie'' sua vestindo a camiseta na parada e com o subtítulo "This is what gay liberation looks like #pride #yesallterfs" (inglês para "Isto é o que a liberação ''gay'' parece #orgulho #simtodasasterfs"), o que ocasionou muitas reações negativas.<ref name=fc-tra-violence/> A camiseta seria mais tarde exibida em uma "exposição de arte" na San Francisco Public Library, montada pelo grupo de ativismo trans ''The Degenderettes''. Após reclamações, a biblioteca removeu a camiseta da exibição, apesar de que itens similares mostrando uma mentalidade violenta permaneceram, como um taco de beisebol enrolado com um arame farpado e pintado nas cores da bandeira de orgulho transgênero.<ref name=fc-tra-violence/>


Another Feminist Current article defending those targeted with the slur was published in November 2015, written by [[Penny White]] and titled ''Why I no longer hate ‘TERFs’''.<ref name=fc-white/>  In the article, White explains how she herself used to be convinced that so-called "TERFs" are worthy of contempt, but changed her mind after starting to look closer into the issue.  This experience seems to resonate with many women and some socially liberal men to this day, who start out being supportive of the transgender movement, only to start becoming skeptical after negative experiences and observations, ultimately leading them to be also labeled "terf" and shunned by transgender activists and their allies.  After that, Feminist Current started publishing articles critical of the transgender movement with some frequency, much to the enragement of transgender activists.
[[File:Sonicfox.png|thumb|right|300px|O ''tweet'' de Dominique McLean glorificando a violência contra as mulheres.]]


In June 2017, transgender activist [https://en.wikipedia.org/wiki/Mya_Byrne Mya Byrne] came to the San Francisco Pride Parade with a t-shirt reading "I PUNCH TERFS", decorated with a large fake blood-stain. Byrne uploaded a selfie of him wearing the t-shirt at the parade, captioned "This is what gay liberation looks like #pride #yesallterfs" which sparked many negative reactions.<ref name=fc-tra-violence/> The t-shirt would later be displayed at an "art exhibit" at the San Francisco Public Library, set up by the trans activist group ''The Degenderettes''. After complaints, the library removed the t-shirt from the exhibition, though similar items showcasing a violent mentality remained, such as baseball bats wrapped in barbed wire and painted in the colors of the transgender pride flag.<ref name=fc-tra-violence/>
Em abril de 2019, o ''video gamer'' profissional Dominique McLean aka [https://en.wikipedia.org/wiki/SonicFox SonicFox] realizou o ''upload'' de um vídeo no Twitter com a legenda "what I do to terfs" ("o que eu faço com terfs"), no qual um personagem de ''video game'' atinge o pescoço de uma personagem com tanta força que a pele do pescoço dela sai, enquanto a câmera mostra o seu rosto agonizante. McLean pode ser ouvido gritando "terf!" em seu microfone juntamente com cada golpe dado na personagem, no que faz lembrar um linchamento.<ref name=sonicfox/> O ''tweet'' ganhou centenas de milhares de visualizações e milhares de ''retweets'' e curtidas.


[[File:Sonicfox.png|thumb|right|300px|The violent tweet by Dominique McLean.]]
O ''tweet'' de McLean tornou-se ainda pior pelo fato de que esse ódio não é somente direcionado a uma personagem "terf" imaginária, mas à voz da atriz por trás da personagem, [https://pt.wikipedia.org/wiki/Ronda_Rousey Ronda Rousey]. Rousey, que é uma lutadora de MMA (artes marciais mistas), é considerada uma "TERF" por ter dito, com palavras bruscas, que é injusto o lutador de MMA do sexo masculino [[Mulheres trans em esportes femininos#Fallon_Fox|Fallon Fox]] competir contra mulheres.<ref name=rousey-fox/><ref name=rousey-marysue/><ref name=rousey-reddit/> Um ano após a declaração de Rousey, a lutadora de MMA Tamikka Brents sofreu uma concussão e uma fratura do osso orbital durante uma luta contra Fallon Fox,<ref name=fallon-fox/> mas isso não parece ter mudado a opinião dos ativistas trans.


In April 2019, professional video gamer Dominique McLean aka [https://en.wikipedia.org/wiki/SonicFox SonicFox] uploaded a video on Twitter, captioned "what I do to terfs," in which a male video game character strikes a female character's neck so hard that her skin comes off, while the camera shows her agony-filled face.  McLean can be heard yelling "terf!" into his microphone with each blow dealt to the female character, reminiscent of a lynching.<ref name=sonicfox/>  The tweet garnered hundreds of thousands of views, and many thousands of retweets and likes.
Após o ''tweet'' de McLean ter sido denunciado por discurso de ódio, o Twitter inicialmente decidiu que ele [[:File:Sonicfox2.png|não quebrava as suas regras]]. Somente após repetidos protestos e várias outras denúncias o Twitter reagiu, removendo o ''tweet'' e emitindo a SonicFox um banimento de meras 24 horas.


McLean's tweet is made even worse by the fact that the hatred is not just directed at an imagined "terf" character, but at the voice actress behind the character, [https://en.wikipedia.org/wiki/Ronda_Rousey Ronda Rousey].  Rousey, who is an MMA (mixed martial arts) fighter, is deemed a "TERF" for having stated, with blunt wording, that it's unfair for male MMA fighter [[Transwomen in women's sports#Fallon_Fox|Fallon Fox]] to compete against women.<ref name=rousey-fox/><ref name=rousey-marysue/><ref name=rousey-reddit/>  A year after Rousey's remarks, female MMA fighter Tamikka Brents had suffered a concussion and an orbital bone fracture during a fight with Fallon Fox,<ref name=fallon-fox/> but this does not seem to have changed the opinion of trans activists.
No final de 2019, uma tendência nas redes sociais denominada "POV you're a TERF in my mentions" ("ponto de vista de você ser uma TERF nas minhas menções") teve início, na qual ativistas trans posavam com uma arma (taco de beisebol, espada, machete ou outras), às vezes preparando-se para golpear ou mostrando-os no meio de um golpe, tiradas como se fossem [https://en.wikipedia.org/wiki/Point-of-view_shot uma fotografia de ponto de vista] e com a legenda "POV you're a TERF in my mentions" ("ponto de vista de você ser uma TERF nas minhas menções"), ou alguma variação.<ref name=pov-terf/> As fotografias supostamente representam o ponto de vista de uma "TERF" sendo agredida pela pessoa retratada. Em outras palavras, mulheres chamadas de "TERF" que olham para a foto deveriam imaginar a si próprias sendo violentamente agredidas.


After McLean's tweet was reported for hate speech, Twitter initially decided that it [[:File:Sonicfox2.png|did not break their rules]]. Only after continued protest and many more reports did Twitter react, by removing the tweet and issuing SonicFox a mere 24-hour ban.
Em maio de 2020, foi feita uma publicação num ''blog'' do Medium.com comparando as chamadas TERFs a nazistas em um tom aparentemente verossímil e explicando como vários métodos, tais como infiltração, censura, danos patrimoniais e violência física deveriam ser usados contra elas.<ref name=medium-izaguirre/> A conta utilizada para a publicação do artigo foi suspensa do Medium.com no mesmo dia e seu conteúdo republicado no WordPress um pouco depois.<ref name=wp-izaguirre/>


=== Real-life vandalism, harassment, and assaults ===
== Vandalismos, assédios e agressões na vida real ==


In February 2017, the newly opened Vancouver Women's Library was met with a small group of vandals, including a very obviously male person who claimed to be a female sex worker. They ripped off a poster, poured wine on a book, and harassed those trying to partake in the opening celebration.  Their stated reason was that the library included books which they deemed to support so-called "TERF" and "SWERF" ideology.<ref name=vwl/>
Em fevereiro de 2017, a recém-aberta Vancouver Women's Library foi recebida por um pequeno grupo de vândalos, incluindo uma pessoa que era claramente do sexo masculino e que alegava ser uma trabalhadora do sexo. Eles arrancaram um pôster, derramaram vinho em um livro e assediaram aqueles que tentaram participar da cerimônia de abertura do estabelecimento. A justificativa que deram foi de que a biblioteca incluía livros que eles diziam supostamente apoiar a ideologia "TERF" e "SWERF".<ref name=vwl/>


<youtube dimensions=500 alignment=right description="The assault by Tara Wolf on Maria MacLachlan (September 13th, 2017)" container=frame>
<youtube dimensions=500 alignment=right description="A agressão de Tara Wolf a Maria MacLachlan (September 13th, 2017)" container=frame>
https://www.youtube.com/watch?v=9_d3ozhSE-U
https://www.youtube.com/watch?v=9_d3ozhSE-U
</youtube>
</youtube>


In September 2017, a group of feminists wanted to hold a meeting to discuss proposed changes to the [https://www.feministcurrent.com/2018/09/14/never-mind-reforming-gender-recognition-act-theres-no-need-gender-recognition-certificates/ Gender Recognition Act] (GRA) in the [https://newxlearning.org/ New Cross Learning] community Library in London. The library had to cancel the event after harassment by transgender activists. The organizers of the meeting decided to meet at Speakers' Corner, before going to the newly chosen meeting place, which was not announced to protect it from harassment. In Speakers' Corner, they were met with a group of transgender activists shouting slogans, notably "when TERFs attack, we fight back.Maria MacLachlan, who was filming the protesters with her digital camera, was attacked by someone running out of the trans activist group, who then tried to grab her camera.  As the unsuccessful attacker ran back behind his friends, MacLachlan tried to get closer to the group to get his face on camera. Several of the activists started assaulting her in that moment. One of the attackers, later revealed to be Tara Wolf, was ultimately charged with assault by beating. Prior to the event, he had posted that he wants to "f*ck up some terfs" on social media. The event could be considered a cornerstone in the escalating hatred transgender activists show against feminists, as no such clearly documented assault in relation to the slur "TERF" existed before, and the event gained widespread attention in the news, being covered by The Guardian,<ref name=guardian/> The New Statesman,<ref name=statesman1/><ref name=statesman2/> The Telegraph,<ref name=telegraph/> The Times,<ref name=times1/><ref name=times2/> The Evening Standard,<ref name=standard/> and The Daily Mail.<ref name=dailymail/> Of course, it was also covered by Feminist Current.<ref name=fc1/><ref name=fc2/> In the aftermath of the event, many transgender activists online defended or even celebrated the assault, leading Meghan Murphy to publish the piece [https://www.feministcurrent.com/2017/09/21/terf-isnt-slur-hate-speech/ '' 'TERF' isn't just a slur, it's hate speech'']. Some publications in support of transgender activists have tried to claim that the assailant was really acting in self-defense, and tried to prove this claim by uploading carefully edited cuts of the recording showing the assault,<ref name=planettrans/> or by framing the assault as "standing up to bullies" who "provoke" transgender activists (by having opinions they don't like, we have to presume).<ref name=queerness/>
Em setembro de 2017, um grupo de feministas quis marcar uma reunião para discutir as mudanças propostas pelo [https://www.feministcurrent.com/2018/09/14/never-mind-reforming-gender-recognition-act-theres-no-need-gender-recognition-certificates/ Gender Recognition Act] (GRA), na biblioteca comunitária [https://newxlearning.org/ New Cross Learning] de Londres. A biblioteca teve de cancelar o evento após o assédio de ativistas transgênero. As organizadoras da reunião decidiram encontrar-se na Speakers' Corner, antes de ir ao novo local da reunião, que não havia sido anunciado de forma a protegê-lo de assédio. Na Speakers' Corner, elas foram recebidas por um grupo de ativistas transgênero gritando frases como "when TERFs attack, we fight back" ("quando TERFs atacam, nós revidamos", em inglês). Maria MacLachlan, que estava filmando os protestantes com a sua câmera digital, foi atacada por uma pessoa vinda do grupo de ativistas trans e que então tentou tomar a sua câmera. Após não ter sucesso, o atacante correu para trás de seus amigos, e MacLachlan tentou aproximar-se do grupo para filmar o seu rosto com a câmera. Vários dos ativistas começaram a agredi-la nesse momento. Um dos agressores, que após o evento revelou-se ser Tara Wolf, foi acusado de agressão física. Anteriormente ao evento, ele havia postado que queria "f*der com algumas terfs" em uma rede social. Esse evento pode ser considerado como um marco do ódio crescente que ativistas transgênero demonstram contra feministas, já que nenhuma outra agressão havia sido documentada claramente com relação à ofensa "TERF", e o evento ganhou atenção generalizada nas notícias, sendo coberto pelo The Guardian,<ref name=guardian/> The New Statesman,<ref name=statesman1/><ref name=statesman2/> The Telegraph,<ref name=telegraph/> The Times,<ref name=times1/><ref name=times2/> The Evening Standard,<ref name=standard/> e pelo The Daily Mail.<ref name=dailymail/> Foi também, é claro, coberto pelo Feminist Current.<ref name=fc1/><ref name=fc2/> Como resultado do evento, muitos ativistas transgênero defenderam e até mesmo celebraram a agressão, levando Meghan Murphy a publicar o texto [https://www.feministcurrent.com/2017/09/21/terf-isnt-slur-hate-speech/ '''TERF' isn't just a slur, it's hate speech''] ("TERF não é só uma ofensa, é discurso de ódio"). Algumas publicações, ao defender os ativistas transgênero, tentaram alegar que o agressor estava na verdade agindo em legítima defesa, e tentaram provar essa alegação através do ''upload'' de cortes cuidadosamente editados da gravação mostrando a agressão,<ref name=planettrans/> ou descrevendo a agressão como "revidando contra ''bullies''" que "provocaram" os ativistas transgênero (ao terem opiniões das quais estes não gostaram, presumivelmente).<ref name=queerness/>
 
Em dezembro de 2018, a advogada de defesa dos direitos humanos, Prof. [[Rosa Freedman]], encontrou a porta de seu escritório coberta com urina após participar de debates relacionados às mudanças propostas ao Gender Recognition Act do Reino Unido. Ela também alegou ter sido chamada de uma "nazista" (ela é judia) que "deveria ser estuprada" (ela é uma sobrevivente de violência sexual) e de receber telefonemas abusivos anônimos.<ref name=freedman/>


In December 2018, human rights lawyer Prof. [[Rosa Freedman]] found her office door covered in urine after attending debates surrounding proposed changes to the UK's Gender Recognition Act.  She also reported being called a "Nazi" (she is Jewish) who "should be raped" (she is a survivor of sexual violence) and receiving abusive anonymous phone calls.<ref name=freedman/>
Em 2018, o ativista transgênero Dana Rivers foi a julgamento por homicídio triplo.<ref name=rivers/> As vítimas eram um casal de lésbicas e o seu filho adotivo. Rivers esfaqueou e atirou nas vítimas, antes de tentar colocar fogo em sua casa, em novembro de 2016. Ainda não está claro se Rivers foi motivado pelo ódio contra feministas e lésbicas disseminado por ativistas transgênero. Rivers era, no entanto, membro do grupo [https://en.wikipedia.org/wiki/Camp_Trans Camp Trans], que foi criado para protestar a regra de apenas mulheres poderem participar do Michigan Womyn's Music Festival (aka MichFest).<ref name=camptrans/> A Autostraddle descreveu Rivers como um "ativista transgênero muito conhecido".<ref name=autostraddle/>


In 2018, transgender activist Dana Rivers was on trial for triple murder.<ref name=rivers/> The victims were a lesbian couple and their adoptive son. Rivers stabbed and shot the victims, before trying to set their house on fire, in November 2016. It remains unclear whether Rivers was motivated by the hatred against feminists and lesbians promulgated by transgender activists.  Rivers was, however, a member of the group [https://en.wikipedia.org/wiki/Camp_Trans Camp Trans], which was created to protest the women-only rule of the Michigan Womyn's Music Festival (aka MichFest).<ref name=camptrans/>  Autostraddle described Rivers as a "very well-known transgender activist."<ref name=autostraddle/>
Em junho de 2019, [[Julie Bindel]] foi fisicamente agredida por uma pessoa do sexo masculino após dar um discurso sobre a violência de homens contra mulheres, na Universidade de Edimburgo, junto com a Prof. Rosa Freedman.<ref name=edinburgh/> "Ele estava gritando e reclamando e esbravejando, 'você é uma p*** do c******, você é uma cadela do c******, uma Terf do c******' e outras coisas. Estávamos tentando andar até o táxi para levar-nos até o aeroporto, e então ele apenas saltou em minha direção e quase me deu um soco no rosto, mas um segurança afastou-o de mim". Essa pessoa do sexo masculino, que diz se chamar "[[Cathy Brennan]]" (por causa da advogada lésbica e feminista radical de mesmo nome, a quem ele despreza), já havia chamado a atenção em redes sociais por [[:File:Joe-brennan-twitter.jpg|defender agressões físicas]] contra feministas em paradas de Orgulho Gay.


In June 2019, [[Julie Bindel]] was physically attacked by a trans-identifying male person after holding a keynote speech about male violence against women at the Edinburgh University, together with Prof. Rosa Freedman.<ref name=edinburgh/> "He was shouting and ranting and raving, 'you're a f***** c***, you're a f****** bitch, a f****** Terf" and the rest of it.  We were trying to walk to the cab to take us to the airport, and then he just lunged at me and almost punched me in the face, but a security guard pulled him away." The male person, who calls himself "[[Cathy Brennan]]" (after famous lesbian and radical feminist lawyer, whom he despises) had previously stood out on social media for [[:File:Joe-brennan-twitter.jpg|encouraging physical violence]] against feminists at Gay Pride events.
Em 16 de agosto de 2019, a conta no Facebook do [[Vancouver Rape Relief and Women's Shelter]] relatou que um rato mortou havia sido pregado na moldura de sua porta.<ref name=vrr-fb/> Em 26 de agosto, a sua conta no Twitter seguiu relatando que as suas portas e janelas haviam sido vandalizadas com frases como "FUCK TERFS" ("FODAM COM AS TERFS") e "KILL TERFS" ("MATEM AS TERFS"), assim como "TRANS POWER" ("PODER TRANS").<ref name=vrr-twitter/> O repetido assédio e vandalismos chamaram a atenção local e nacional.<ref name=vrr-vancouverisawesome/><ref name=vrr-nationalreview/><ref name=vrr-citynews/>


In August 16, 2019, the Facebook account of [[Vancouver Rape Relief and Women's Shelter]] reported that a dead rat had been nailed to their door frame.<ref name=vrr-fb/>  On August 26, their Twitter account followed up by reporting their door and windows were vandalized with phrases such as "FUCK TERFS" and "KILL TERFS" as well as "TRANS POWER".<ref name=vrr-twitter/>  The repeated harassment and vandalism garnered attention in local and national news.<ref name=vrr-vancouverisawesome/><ref name=vrr-nationalreview/><ref name=vrr-citynews/>
== Análise do termo ==


=== Gallery ===
O acrônimo original pode ser dividido em duas metades: "feminista radical" e "trans-exclusionária". Apesar de muitas pessoas chamadas por esse termo não se considerarem feministas radicais, os seus ideais muito frequentemente alinham-se com o [https://pt.wikipedia.org/wiki/Feminismo_radical feminismo radical], tornando essa parte um tanto acurada. A parte "trans-exclusionária", no entanto, é um pouco ambígua, e seu significado parece mudar de acordo com a vontade da pessoa que usa o termo.


<gallery caption="Discussion of McLean's hate tweet" perrow=3 widths=400px heights=200px>
Quando aquele que usa o termo quer justificá-lo como uma descrição objetiva e acurada, ele usará definições simplistas e banais de "exclusão" que se aplicam facilmente a maioria das pessoas contra as quais o termo é utilizado. Exemplos disso podem incluir:
File:Sonicfox3.jpg | McLean defending his tweet on the grounds that Ronda Rousey is a "TERF" and as such deserving of the violent contempt
File:Sonicfox-copycat1.png | A copycat tweet showing another video game character dying brutally, with the caption "FUCK TERFS"
File:Sonicfox-copycat2.png | Another copycat tweet.  The GIF is of [https://en.wikipedia.org/wiki/Mortal_Kombat_11 Mortal Kombat 11] character [https://en.wikipedia.org/wiki/Scorpion_(Mortal_Kombat) Scorpion] burning his opponent alive.
</gallery>


<gallery caption="Harassment and vandalism of Vancouver Rape Relief" perrow=3 widths=400px heights=200px>
* Querer que mulheres trans com vantagens anatômicas injustas sejam excluídas de esportes femininos;
File:Vrr-vandalism1.jpg | A dead rat nailed to the door frame of VRR
* Querer que mulheres trans com anatomia masculina evidente (como genitais masculinos intactos) sejam excluídas de espaços privativos segregados por sexo, como em vestiários;
File:Vrr-vandalism2.jpg | The text "KILL TERFS ... TRANS POWER" written on the window
* Não considerar que mulheres trans sejam ''literalmente'' mulheres, ao apontar que a definição no dicionário de mulher é de um "humano adulto do sexo feminino";
File:Vrr-vandalism3.jpg | The phrases "FUCK TERFS" and "TRANS WOMEN ARE WOMEN" written on the door and window
* Querer excluir mulheres trans de alguns grupos políticos que querem ter foco nas lutas únicas às pessoas nascidas com anatomia feminina;
</gallery>
* Querer que crimes cometidos por mulheres trans não sejam registrados como tendo sido cometido por mulheres, especialmente porque os padrões criminosos de mulheres trans parecem mais compatíveis com os padrões criminosos de homens,<ref name=dhejne/> que cometem a vasta maioria dos crimes violentos, especialmente os de natureza sexual.<ref name=wpcrime/>


<gallery caption="Some examples of tweets using 'terf'" perrow=3 widths=400px heights=200px>
[[File:Theterfs-delusion.png|thumb|right|500px|Algumas das mentiras hiperbólicas que ativistas trangênero usam para justificar o ódio a feministas]]
File:Terf-gallery-1.png | "terf isn't a slur ... terfs don't deserve rights"
File:Terf-gallery-2.jpg | "All terfs will be arrested on sight"
File:Terf-gallery-3.jpg | "It's [https://en.wikipedia.org/wiki/Gay_pride#LGBT_Pride_Month Pride] punch a terf"
File:Terf-gallery-4.png | Putting "terf" right aside "nazi"
File:Terf-gallery-5.png | [https://en.wikipedia.org/wiki/Arthur_Chu Arthur Chu] supporting SonicFox's hate speech
File:Terf-gallery-6.png | "Being a TERF is a choice.  Like being a Nazi."
</gallery>


== Analysis of the term ==
No entanto, uma vez que o termo "TERF" é aplicado a alguém com base nessa pessoa possuir as opiniões supracitadas (que muitas pessoas, inclusive as que não são feministas, concordariam ser sensatas), a definição de "exclusão" é rapidamente alterada para justificar expressões de ódio. Às vezes, o "trans-exclusionária" é até mesmo alterado hiperbolicamente para "trans-exterminatória", de forma a aumentar o seu efeito indutor de pânico. O ''site'' [http://theterfs.com/ ''The TERFs''] chega até mesmo a alegar que pessoas rotuladas como "TERF" querem:


The original acronym could be split in two halves: "trans-exclusionary" and "radical feminist."  Though many people targeted with the word do not see themselves as radical feminists, their ideals most often tend to align with [https://en.wikipedia.org/wiki/Radical_feminism radical feminism] anyway, making that part somewhat accurate.  The "trans-exclusionary" part however is rather ambiguous, and its meaning seems to change at the whim of the person using the term.
* Excluir pessoas trans do acesso a moradia (torná-las sem teto);
* Excluir pessoas trans do acesso a emprego (torná-las desempregadas);
* Excluí-las do acesso a educação (mantê-las sem instrução);
* Excluí-las do acesso a igualdade de acomodação;
* Excluí-las das proteções locais, estaduais, nacionais e das Nações Unidas (!).


When those using the term want to justify it as an objective and accurate description, they will use rather mundane and basic definitions of "exclusion" that applies easily to most people the term is used against. Examples of this might include:
Como tais, as mulheres chamadas de "TERF" são representadas menos como mulheres que simplesmente querem defender os direitos das mulheres baseados em sexo e mais como monstros facistas. Isso é então usado para incitar ódio e violência contra elas. É também notável como a exclusão de mulheres trans (de espaços exclusivos para mulheres etc.) torna-se aqui uma suposta exclusão de todas as pessoas trans (do que quer que seja). Na verdade, mulheres chamadas de "TERF" frequentemente dirão de maneira explícita que homens trans são bem-vindos em seus grupos, já que homens trans também sofrem as opressões que todas as mulheres sofrem desde o nascimento.  


* Wanting transwomen with unfair anatomic advantages to be excluded from women's sports
A estratégia de ativistas transgêneros de usar definições simples de "TERF" para fazer esse termo parecer acurado, para então distorcer a sua definição para justificar o ódio, é bastante similar à estratégia "troll" que foi observada pelo filósofo Nicholas Shackel, e denominada ''Doutrina de Motte e Bailey'' em um artigo intitulado [https://philpapers.org/archive/SHATVO-2.pdf ''The Vacuity of Postmodernist Methodology''] ("A Vacuidade da Metodologia Pós-Modernista", em tradução livre do inglês):
* Wanting transwomen with an obvious male anatomy (such as intact male genitals) to be excluded from sex segregated spaces of privacy, such as changing rooms
* Not considering transwomen to be ''literally'' women, by pointing at the dictionary definition that is "adult human female"
* Wanting to exclude transwomen from some political groups that want to focus on struggles unique to people born with female anatomy
* Wanting to exclude crimes committed by transwomen from being recorded as female criminality, especially since the crime patterns of transwomen seem more in line with crime patterns of men,<ref name=dhejne/> who commit the vast majority of violent crimes, specifically sexual violence<ref name=wpcrime/>


[[File:Theterfs-delusion.png|thumb|right|500px|Some of the hyperbolic lies transgender activists use to justify hatred against feminists]]
<blockquote><em>
"Os Truísmos de um Troll são usados para insinuar uma falsidade emocionante, que é uma doutrina desejada, e ainda assim permitir a retirada para uma verdade trivial quando pressionado por um oponente. Ao fazer isso eles exibem uma propriedade que os torna o caso mais simples possível do que eu chamarei de uma Doutrina de Motte e Bailey (já que uma doutrina pode ser uma única crença ou um corpo inteiro de crenças).


However, once the term "TERF" is applied to someone on the basis of them holding these opinions (which many people including non-feminists would agree are sensible), the definition of "exclusion" is quickly sharpened to justify expressions of hatred. Sometimes, the "trans-exclusionary" is even hyperbolically turned into "trans-exterminatory" to increase its panic-inducing effect. The website (or should we say whacksite) [http://theterfs.com/ ''The TERFs''] goes as far as claiming that the people labeled "TERF" want to:
Um castelo de Motte e Bailey é um sistema medieval de defesa no qual uma torre de pedra numa colina (o Motte) é cercado por uma área de terra (o Bailey), a qual por sua vez é envolta por algum tipo de barreira, como uma vala. Por ser escura e úmida, a Motte não é uma habitação de escolha. A única razão para a sua existência é a desirabilidade do Bailey, cuja combinação da Motte e da vala torna relativamente fácil de reter, apesar dos ataques de saqueadores. Quando somente levemente pressionada, a vala torna fácil a derrota de um pequeno número de atacantes enquanto esses tentam atravessá-la: quando fortemente pressionada, a vala não é defensável, e nem o Bailey. Ao invés disso, a pessoa recuará para a insalubre, mas defensável, e talvez inexpugnável, Motte. Eventualmente, os saqueadores desistem, quando alguém está bem posicionado para reocupar a terra desejável.


* Exclude trans people from housing (make them homeless)
Para os meus propósitos, o desejável, mas somente levemente defensável território do castelo de Motte e Bailey, o que quer dizer, o Bailey, representa uma doutrina ou posição filosófica com propriedades similares: desejável ao seu proponente mas somente levemente defensável. A Motte é a posição defensável, mas indesejável, à qual alguém recua quando fortemente pressionado. Acredito ser evidente que os Truísmos de um Troll possuem a propriedade de Motte e Bailey, já que as falsidades emocionantes constituem a região desejável, mas indefensável, dentro da vala na qual a verdade trivial constitui a Motte defensável, mas úmida, à qual alguém se retira quando pressionado."
* Exclude trans people from employment (make them unemployed)
</em></blockquote>
* Exclude them from education
* Exclude them from accomodation equality
* Exclude them from local, state, national and United Nations protections(!)


As such, the women labeled "TERF" are represented less as women who simply want to uphold women's sex-based rights, and more like fascist monsters, which is then used to incite hatred and violence against them. It's also noteworthy how exclusion of transwomen (from female-only spaces etc.) turns here into supposed exclusion of all trans people (from whatever).  As a matter of fact, women targeted as "TERFs" will frequently say explicitly that they welcome transmen in their groups, since transmen also face the sex-based oppression all women face from birth.
No nosso caso, a ''Motte'' é uma declaração facilmente defensável, como: ''"Você não considera mulheres trans como literalmente mulheres, logo, você é trans-exclusionária, o que a torna uma TERF"''. Enquanto o ''Bailey'' é: ''"Você quer excluir pessoas trans do acesso a moradia e emprego e, logo, tenho justificativa para odiar você fortemente!"''


The strategy of transgender activists of using simple definitions of "TERF" to make the term look accurate, but then twist the definition to justify hatred, is quite similar to a "troll" strategy that has been noted by philosopher Nicholas Shackel, and dubbed the ''Motte and Bailey Doctrine'' in a paper titled [https://philpapers.org/archive/SHATVO-2.pdf ''The Vacuity of Postmodernist Methodology'']:
Esse também poderia ser chamado de argumento "isco-e-troca", na qual alguém é "iscado" a concordar com a declaração de que alguém é uma "TERF" através da utilização de uma definição simplista de "exclusão trans", para então essa definição ser alterada para algo ruim, de forma a justificar expressões de ódio.


<blockquote><em>
=== Inspeção das alegações em ''The TERFs'' ===
"Troll’s Truisms are used to insinuate an exciting falsehood, which is a desired doctrine, yet permit retreat to the trivial truth when pressed by an opponent.  In so doing they exhibit a property which makes them the simplest possible case of what I shall call a Motte and Bailey Doctrine (since a doctrine can be a single belief or an entire body of beliefs).


A Motte and Bailey castle is a medieval system of defence in which a stone tower on a mound (the Motte) is surrounded by an area of land (the Bailey) which in turn is encompassed by some sort of a barrier such as a ditch. Being dark and dank, the Motte is not a habitation of choice. The only reason for its existence is the desirability of the Bailey, which the combination of the Motte and ditch makes relatively easy to retain despite attack by marauders.  When only lightly pressed, the ditch makes small numbers of attackers easy to defeat as they struggle across it: when heavily pressed the ditch is not defensible and so neither is the Bailey.  Rather one retreats to the insalubrious but defensible, perhaps impregnable, Motte.  Eventually the marauders give up, when one is well placed to reoccupy desirable land.
[[File:Theterfs-logo.png|thumb|right|300px|Logotipo real do TheTERFs.com: Rabiscos pretos malignos]]


For my purposes the desirable but only lightly defensible territory of the Motte and Bailey castle, that is to say, the Bailey, represents a philosophical doctrine or position with similar properties: desirable to its proponent but only lightly defensible.  The Motte is the defensible but undesired position to which one retreats when hard pressed. I think it is evident that Troll’s Truisms have the Motte and Bailey property, since the exciting falsehoods constitute the desired but indefensible region within the ditch whilst the trivial truth constitutes the defensible but dank Motte to which one may retreat when pressed."
Deve ser notado que o ''The TERFs'' oferece pouco mais do que citações fora de contexto de várias décadas atrás como "evidência" para as suas alegações hiperbólicas envolvendo uma chamada ideologia "TERF". Ele também mostra um certo número de ''tweets'' cuidadosamente selecionados, metade dos quais vem de fontes da direita política que também se opõe ao movimento transgênero, o que leva ativistas trans a alegarem que isso prova que feministas são secretamente aliadas à direita numa grande conspiração. (Essa linha de raciocínio também é frequentemente ridicularizada como: "Hitler era vegetariano. Logo, vegetarianos são nazistas")
</em></blockquote>


In our case, the ''Motte'' is an easily defensible statement like: ''"You don't consider transwomen literally women, therefore you are trans-exclusionary, which makes you a TERF."'' Whereas the ''Bailey'' is: ''"You want to exclude trans people from housing and employment, therefore I'm justified in hating you with a passion!"''
A respeito de supostas evidências de "violência na vida real motivadas pela ideologia TERF", o ''site'' lista seis exemplos, dos quais três na verdade não apresentam nenhuma violência. Aqueles que apresentam dizem respeito a incidentes de várias décadas atrás, nos quais mulheres tentaram expulsar mulheres trans de grupos ou espaços exclusivamente femininos, usando força física ou ameaças diretas. Devido a ser esperado que mulheres sejam sempre boazinhas e passivas em relação a homens, até mesmo quando tentam formar grupos feministas radicais e manter homens fora deles, isso é obviamente visto como inaceitável. Dois exemplos são de ameaças verbais, que são experiências rotineiras para feministas que se opõe a ativistas trans. A última é sobre as mortes de pessoas trans que são ''presumidas'' serem relacionadas à falta de acesso a cuidados médicos, fator que não tem relação nenhuma com a ideologia feminista.


It could also be called a "bait-and-switch" argument, where one is "baited" into agreeing with the claim that someone is a "TERF" by using a mundane definition of "trans exclusion," and then the definition is switched into something bad, to justify expressions of hatred.
Para resumir: não há um único exemplo documentado de um grupo feminista ter agredido ou ameaçado um grupo transgênero. Qualquer alegação de "violência por TERFs" refere-se a mulheres tentando expulsar mulheres trans de espaços exclusivamente femininos, a casos extremamente raros de ameaças verbais ou a muitas e muitas fabricações. Em comparação, ativistas trans já foram a bibliotecas de mulheres para vandalizá-las,<ref name=vwl/> foram a encontros feministas para agredir mulheres,<ref name=fc1/><ref name=fc2/> apareceram usando máscaras em conferências feministas para intimidar mulheres<ref name=jamjar/> e o abuso verbal onipresente que eles direcionam a mulheres consegue encher [https://terfisaslur.com/ um ''site'' inteiro] criado somente para esse fim.


=== Inspection of the claims on ''The TERFs'' ===
== "SWERF" ==


[[File:Theterfs-logo.png|thumb|right|300px|Actual logo of TheTERFs.com: Evil black scribbles]]
A palavra ''SWERF'' está proximamente relacionada a ''TERF'' e é utilizada de maneira similarmente desonesta e deturpadora. Mulheres (e homens que se preocupam com os direitos das mulheres) críticas da indústria do sexo pela sua natureza exploradora são acusadas de serem "exclusionárias de trabalhadoras do sexo", numa tentativa de fazê-las parecer terem ódio de um grupo oprimido.


It should be noted that ''The TERFs'' offers little more than out-of-context quotes from several decades ago as "evidence" for its hyperbolic claims regarding so-called "TERF" ideology.  It also showcases a small number of cherry-picked tweets, half of which are from right-wing sources that also happen to oppose the transgender movement, which trans activists claim proves that feminists are secretly allied with them in a big conspiracy.  (This line of thinking is often ridiculed as: "Hitler was a vegetarian, therefore vegetarians are Nazis.")
De fato, as pessoas que são chamadas de "SWERF" tendem a apoiar o [[modelo nórdico]] contra a prostituição, que vê um sistema de assistência social de alta qualidade como um componente necessário no combate à prostituição e no alívio a problemas enfrentados por mulheres que somente escolher prostituir-se por causa de condições econômicas extremas. Além disso, muitas das que são chamadas de "SWERF" tendem a ser mulheres que já trabalharam na prostituição.


Regarding supposed evidence of "real-life violence motivated by TERF ideology," the website lists six examples, of which three don't actually present any violence.  Those which do, relate to incidences from several decades ago, in which women tried to evict transwomen from female-only groups or spaces, using physical force or face-to-face threats.  Since women are expected to be always nice and passive towards males, even when trying to form radical feminist groups and keep males out of them, this is of course seen as unacceptable. Two examples are about verbal threats, which is a run-of-the-mill experience for feminists opposing transgender activists, and the last one is about the deaths of trans people that are ''assumed'' to be related to lack of access to health care, which to be very blunt has fuck-all to do with feminist ideologies.
Notavelmente, uma das mais conhecidas feministas anti-prostituição e anti-pornografia, [[Andrea Dworkin]], já foi uma prostituta e não tinha vergonha de admitir isso. Outro exemplo notável é [[Rachel Moran]], que esteve envolvida com a prostituição quando tinha entre 15 e 22 anos de idade, para depois tornar-se uma das mais notáveis ativistas anti-prostituição e a favor do modelo nórdico dos últimos anos.  


To summarize: there is not a single documented instance of a feminist group going up to a transgender group to assault or threaten them.  Any claims of "violence by TERFs" refer either to women trying to evict transwomen from female-only spaces, extremely rare verbal threats, and lots and lots of fabrication.  In comparison, transgender activists have gone to women's libraries to vandalize them,<ref name=vwl/> went to feminist meetings to assault women,<ref name=fc1/><ref name=fc2/> appeared with face masks at feminist conferences to intimidate women,<ref name=jamjar/> and the ubiquitous verbal abuse they send in the direction of women fills up [https://terfisaslur.com/ a whole website] set up solely to archive it.


=== The term 'SWERF' ===
=== Galeria ===


The word ''SWERF'' is a close relative to ''TERF'' and is applied in a similarly dishonest, misrepresenting way. Women (and men who care about women's rights) who are critical of the sex industry for its exploitative nature are accused of being "sex-worker exclusionary" in an attempt to make them seem hateful towards an oppressed group.
<gallery caption="Discussão sobre o ''tweet'' de ódio de McLean" perrow=3 widths=400px heights=200px>
File:Sonicfox3.jpg | McLean defendendo o seu ''tweet'' sob a alegação de que Ronda Rousey é uma "TERF" e, como tal, é merecedora desse desprezo violento.
File:Sonicfox-copycat1.png | Uma imitação do ''tweet'' mostrando outra personagem de ''video game'' morrendo brutalmente, e com a legenda "FUCK TERFS" ("FODAM COM AS TERFS").
File:Sonicfox-copycat2.png | Outra imitação do ''tweet''. O GIF é do personagem de [https://en.wikipedia.org/wiki/Mortal_Kombat_11 Mortal Kombat 11] [https://en.wikipedia.org/wiki/Scorpion_(Mortal_Kombat) Scorpion] queimando viva a sua oponente.
</gallery>


In fact, the people slurred as "SWERF" tend to be supporters of the [[Nordic Model]] against prostitution, which sees a high-quality welfare system as a necessary component in tackling prostitution, and in alleviating problems faced by women who would otherwise choose to do prostitution out of economic desperation. Further, many of those slurred "SWERF" tend to be women who worked in prostitution themselves.
<gallery caption="Assédio e vandalismo ao Vancouver Rape Relief" perrow=3 widths=400px heights=200px>
File:Vrr-vandalism1.jpg | Um rato morto pregado à moldura da porta do VRR.
File:Vrr-vandalism2.jpg | O texto "KILL TERFS ... TRANS POWER" ("MATEM AS TERFS ... PODER TRANS") escrito na janela.
File:Vrr-vandalism3.jpg | As frases "FUCK TERFS" ("FODAM COM AS TERFS") e "TRANS WOMEN ARE WOMEN" ("MULHERES TRANS SÃO MULHERES") escritas na porta e na janela.
</gallery>


Notably, one of the biggest anti-prostitution and anti-pornography feminists [[Andrea Dworkin]] was an ex-prostitute herself, and not ashamed of admitting so. Another notable example is [[Rachel Moran]], who was in prostitution between the ages of 15 and 22, only to become one of the most notable anti-prostitution, pro-Nordic Model activists in recent years.
<gallery caption="Alguns exemplos de ''tweets'' usando 'terf'" perrow=3 widths=400px heights=200px>
File:Terf-gallery-1.png | "terf isn't a slur ... terfs don't deserve rights" ("terf não é uma ofensa ... terfs não merecem direitos").
File:Terf-gallery-2.jpg | "All terfs will be arrested on sight" ("Todas as terfs serão presas à vista").
File:Terf-gallery-3.jpg | "It's [https://en.wikipedia.org/wiki/Gay_pride#LGBT_Pride_Month Pride] punch a terf" ("É o Orgulho soque uma terf").
File:Terf-gallery-4.png | Colocando 'terf' logo ao lado de 'nazista'.
File:Terf-gallery-5.png | [https://en.wikipedia.org/wiki/Arthur_Chu Arthur Chu] defendendo o discurso de ódio de SonicFox.
File:Terf-gallery-6.png | "Being a TERF is a choice.  Like being a Nazi" ("Ser uma TERF é uma escolha. Assim como ser um nazista").
</gallery>


== See also ==
== Ver também ==


* [[Transgender ideology]]
* [[Ideologia transgênero]]


=== External links ===
== Ligações externas ==


* [https://terfisaslur.com/ terfisaslur.com - Documenting the abuse, harassment and misogyny of transgender identity politics]
* [https://terfisaslur.com/ terfisaslur.com - Documentando o abuso, assédio e misoginia da política de identidade transgênero (em inglês)]
* [https://www.feministcurrent.com/tag/terf/ TERF Archives | Feminist Current]
* [https://www.feministcurrent.com/tag/terf/ Arquivo TERF | Feminist Current (em inglês)]
* [https://speakupforwomen.nz/dont-call-women-terfs/ Don't Call Women 'Terfs' | Speak Up for Women NZ]
* [https://speakupforwomen.nz/dont-call-women-terfs/ Não Chame Mulheres de 'Terfs' | Speak Up for Women NZ (em inglês)]
* [https://medium.com/@amydyess83/terf-is-hate-speech-and-its-time-to-condemn-it-6efc897ce407 TERF Is Hate Speech and It’s Time to Condemn It]
* [https://medium.com/@amydyess83/terf-is-hate-speech-and-its-time-to-condemn-it-6efc897ce407 TERF é Discurso de Ódio e é Hora de Condenarmos Isso (em inglês)]


== References ==
== Referências ==


<references>
<references>
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|url=https://web.archive.org/web/20200527135844/https://medium.com/@laura.izaguirre/resisting-terfs-and-transforming-their-organizations-95cd21714fc8
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|date=May 26, 2020
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|title=Resisting TERF's and Transforming Their Organizations (Archived from WordPress.com)
|author=Laura Izaguirre
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|title=Celebrity TERF Ronda Rousey to play Sonya Blade in Mortal Kombat 11
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|author=Rebecca
|date=October 6, 2019
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}}
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Linha 516: Linha 553:


</references>
</references>
<!-- Links para outras linguagens: -->
[[en:TERF]]

Edição atual desde as 01h08min de 19 de junho de 2020

Um tweet típico contendo do termo "TERF"

A palavra TERF (ou terf; pl. terfs ou terves) é uma ofensa usada predominantemente por ativistas transgênero e seus aliados contra pessoas que criticam o movimento transgênero com base em argumentos feministas. Como essa ofensa é usada para referir-se a pessoas com argumentos feministas, seu maior alvo costuma ser mulheres. Como tal, ela é normalmente entendida como sendo uma ofensa anti-feminista, sexista e misógina.

A palavra foi inventada como um acrônimo para Trans-Exclusionary Radical Feminist (inglês para "Feminista Radical Trans-Exclusionária"), onde a parte "trans-exclusionary" ("trans-exclusionária") refere-se a essas pessoas serem da opinião de que mulheres trans não deveriam ser incluídas dentro da definição feminista de feminilidade, e a parte "radical feminist" ("feminista radical") foi aplicada de maneira neutra para referir-se àquelas pessoas que de fato se descrevem como feministas radicais no seu verdadeiro sentido.

Com o tempo, o acrônimo tornou-se um termo ofensivo. Atualmente, a capitalização dessa palavra frequentemente não é feita, e o significado já ambíguo de seu sentido original é inteiramente ignorado. Ainda assim, usuários do termo costumam alegar que se trata de um termo neutro. A parte "trans-exclusionary" ("trans-exclusionária") agora pode se referir a qualquer pessoa que pense que mulheres trans não deveriam poder ter acesso irrestrito a espaços exclusivamente femininos (como vestiários), participar em esportes femininos - onde elas possuem vantagens injustas -, a relacionamentos com lésbicas etc. Apesar de a maior parte do público poder considerar essas posições como minimamente sensatas, levando em conta que uma "mulher trans" pode ter uma anatomia masculina intacta, ativistas transgênero veem todos esses tipos de "exclusão" como inaceitáveis.

Um termo associado de maneira próxima a esse é SWERF, que supostamente significa Sex-Worker-Exclusionary Radical Feminist (inglês para "Feminista Radical Exclusionária de Trabalhadoras do Sexo") e é usado para referir-se àquelas pessoas que veem a indústria sexual (prostituição, pornografia etc.) como altamente exploratória e sexista. Assim como TERF, esse termo é quase sempre proferido como uma ofensa e para deturpar a posição política do indivíduo contra a qual ele é usado. Ironicamente, algumas dessas pessoas chamadas de SWERF são comumente mulheres que trabalharam na prostituição e tornaram-se ativistas anti-prostituição como resultado de suas próprias experiências como as chamadas "trabalhadoras do sexo".

Origem

O uso mais antigo do termo foi feito por Viv Smythe aka "tigtog" em um blog post de 2008.[1] Ela defendeu o termo em 2018, num artigo para o The Guardian.[2] Ativistas transgênero frequentemente tentam defender o tempo sob a justificativa de que Viv Smythe é uma mulher que alega ser feminista radical, e parece ter usado o termo pela primeira vez de uma maneira que não é depreciativa. Obviamente, as origens benignas do termo não implicam que ele não possa evoluir de forma a tornar-se uma ofensa.

A evolução para discurso de ódio

Não é de forma alguma uma ofensa!

A evolução do termo de 2008 até o início e meados dos anos 2010 não foi bem documentada. Em sua maior parte, feministas tiveram que defrontar o termo em redes sociais, onde ele passou a ser regularmente usado para rebaixar as suas posições políticas. Em julho de 2014, o site Feminist Current publicou dois artigos que faziam referênciam ao termo. O primeiro, escrito por C. K. Egbert e entitulado Defending the 'TERF': Gender as political ("Defendendo o 'TERF': Gênero como política", em tradução livre do inglês) explica e defende a teoria política por trás das ideias defendidas por feministas que são chamadas de "terf".[3] O segundo, escrito por Sarah Ditum e entitulado How 'TERF' works ("Como o 'TERF' funciona", em tradução livre do inglês), analisa brevemente a situação na qual uma mulher é pressionada a retratar uma declaração em oposição à violência contra a mulher, sob a justificativa de que a declaração veio originalmente de uma feminista que é considerada uma "terf".[4] Como o Feminist Current é altamente elogiado por feministas radicais, a sua decisão de apoiar as mulheres que foram chamadas de "terf" pode ser vista como um momento decisivo.

Em agosto de 2014, Vice publicou um artigo intitulado I Am Now Officially a Transphobic Twitter Troll - "Agora Sou Oficialmente um Troll Transfóbico do Twitter", em tradução livre do inglês - (subtítulo: At least according to the 'Block Bot' I am, ou "Pelo menos, de acordo com o 'Block Bot' eu sou"), do autor Martin Robbins.[5] No artigo, Robbins fala sobre como o projeto do "Block Bot" no Twitter, que foi criado para ajudar as pessoas a evitarem trolls abusivos, incluiu autoras e jornalistas feministas como Caroline Criado-Perez e Helen Lewis entre as pessoas que deveriam ser bloqueadas. Ironicamente, Lewis parece ter sido incluída na lista por reclamar sobre trolls abusivos, já que como "evidência" para bani-la incluem-se objeções a tweets como "kill TERFS" ("matem TERFS"), "burn TERFS" ("queimem TERFS") ou piadas odiosas como "what's better than 1 dead terf? 2 dead terfs" ("o que é melhor que 1 terf morta? 2 terfs mortas").

Outro artigo do Feminist Current defendendo as pessoas chamadas por essa ofensa foi publicado em novembro de 2015, escrito por Penny White e entitulado Why I no longer hate 'TERFs' ("Porque eu não mais odeio 'TERFs'", em tradução livre do inglês).[6] No artigo, White explica como ela própria costumava acreditar que as chamadas "TERFs" mereciam ser desprezadas, mas mudou de opinião após começar a olhar com mais cuidado para esse problema. Essa experiência parece repetir-se entre muitas mulheres e alguns homens socialmente liberais na atualidade, que começaram sendo apoiadores do movimento transgênero para depois tornarem-se céticos após experiências e observações negativas, por fim levando-os a também serem denominados de "terf" e desprezados por ativistas transgênero e seus aliados. Após isso, o Feminist Current começou a publicar artigos críticos do movimento transgênero com frequência, muito para o enraivecimento dos ativistas transgênero.

Em junho de 2017, o ativista transgênero Mya Byrne foi a San Francisco Pride Parade com uma camiseta com o escrito "I PUNCH TERFS" ("EU SOCO TERFS", em tradução do inglês), decorada com uma grande mancha de sangue falso. Byrne fez o upload de uma selfie sua vestindo a camiseta na parada e com o subtítulo "This is what gay liberation looks like #pride #yesallterfs" (inglês para "Isto é o que a liberação gay parece #orgulho #simtodasasterfs"), o que ocasionou muitas reações negativas.[7] A camiseta seria mais tarde exibida em uma "exposição de arte" na San Francisco Public Library, montada pelo grupo de ativismo trans The Degenderettes. Após reclamações, a biblioteca removeu a camiseta da exibição, apesar de que itens similares mostrando uma mentalidade violenta permaneceram, como um taco de beisebol enrolado com um arame farpado e pintado nas cores da bandeira de orgulho transgênero.[7]

O tweet de Dominique McLean glorificando a violência contra as mulheres.

Em abril de 2019, o video gamer profissional Dominique McLean aka SonicFox realizou o upload de um vídeo no Twitter com a legenda "what I do to terfs" ("o que eu faço com terfs"), no qual um personagem de video game atinge o pescoço de uma personagem com tanta força que a pele do pescoço dela sai, enquanto a câmera mostra o seu rosto agonizante. McLean pode ser ouvido gritando "terf!" em seu microfone juntamente com cada golpe dado na personagem, no que faz lembrar um linchamento.[8] O tweet ganhou centenas de milhares de visualizações e milhares de retweets e curtidas.

O tweet de McLean tornou-se ainda pior pelo fato de que esse ódio não é somente direcionado a uma personagem "terf" imaginária, mas à voz da atriz por trás da personagem, Ronda Rousey. Rousey, que é uma lutadora de MMA (artes marciais mistas), é considerada uma "TERF" por ter dito, com palavras bruscas, que é injusto o lutador de MMA do sexo masculino Fallon Fox competir contra mulheres.[9][10][11] Um ano após a declaração de Rousey, a lutadora de MMA Tamikka Brents sofreu uma concussão e uma fratura do osso orbital durante uma luta contra Fallon Fox,[12] mas isso não parece ter mudado a opinião dos ativistas trans.

Após o tweet de McLean ter sido denunciado por discurso de ódio, o Twitter inicialmente decidiu que ele não quebrava as suas regras. Somente após repetidos protestos e várias outras denúncias o Twitter reagiu, removendo o tweet e emitindo a SonicFox um banimento de meras 24 horas.

No final de 2019, uma tendência nas redes sociais denominada "POV you're a TERF in my mentions" ("ponto de vista de você ser uma TERF nas minhas menções") teve início, na qual ativistas trans posavam com uma arma (taco de beisebol, espada, machete ou outras), às vezes preparando-se para golpear ou mostrando-os no meio de um golpe, tiradas como se fossem uma fotografia de ponto de vista e com a legenda "POV you're a TERF in my mentions" ("ponto de vista de você ser uma TERF nas minhas menções"), ou alguma variação.[13] As fotografias supostamente representam o ponto de vista de uma "TERF" sendo agredida pela pessoa retratada. Em outras palavras, mulheres chamadas de "TERF" que olham para a foto deveriam imaginar a si próprias sendo violentamente agredidas.

Em maio de 2020, foi feita uma publicação num blog do Medium.com comparando as chamadas TERFs a nazistas em um tom aparentemente verossímil e explicando como vários métodos, tais como infiltração, censura, danos patrimoniais e violência física deveriam ser usados contra elas.[14] A conta utilizada para a publicação do artigo foi suspensa do Medium.com no mesmo dia e seu conteúdo republicado no WordPress um pouco depois.[15]

Vandalismos, assédios e agressões na vida real

Em fevereiro de 2017, a recém-aberta Vancouver Women's Library foi recebida por um pequeno grupo de vândalos, incluindo uma pessoa que era claramente do sexo masculino e que alegava ser uma trabalhadora do sexo. Eles arrancaram um pôster, derramaram vinho em um livro e assediaram aqueles que tentaram participar da cerimônia de abertura do estabelecimento. A justificativa que deram foi de que a biblioteca incluía livros que eles diziam supostamente apoiar a ideologia "TERF" e "SWERF".[16]

A agressão de Tara Wolf a Maria MacLachlan (September 13th, 2017)

Em setembro de 2017, um grupo de feministas quis marcar uma reunião para discutir as mudanças propostas pelo Gender Recognition Act (GRA), na biblioteca comunitária New Cross Learning de Londres. A biblioteca teve de cancelar o evento após o assédio de ativistas transgênero. As organizadoras da reunião decidiram encontrar-se na Speakers' Corner, antes de ir ao novo local da reunião, que não havia sido anunciado de forma a protegê-lo de assédio. Na Speakers' Corner, elas foram recebidas por um grupo de ativistas transgênero gritando frases como "when TERFs attack, we fight back" ("quando TERFs atacam, nós revidamos", em inglês). Maria MacLachlan, que estava filmando os protestantes com a sua câmera digital, foi atacada por uma pessoa vinda do grupo de ativistas trans e que então tentou tomar a sua câmera. Após não ter sucesso, o atacante correu para trás de seus amigos, e MacLachlan tentou aproximar-se do grupo para filmar o seu rosto com a câmera. Vários dos ativistas começaram a agredi-la nesse momento. Um dos agressores, que após o evento revelou-se ser Tara Wolf, foi acusado de agressão física. Anteriormente ao evento, ele havia postado que queria "f*der com algumas terfs" em uma rede social. Esse evento pode ser considerado como um marco do ódio crescente que ativistas transgênero demonstram contra feministas, já que nenhuma outra agressão havia sido documentada claramente com relação à ofensa "TERF", e o evento ganhou atenção generalizada nas notícias, sendo coberto pelo The Guardian,[17] The New Statesman,[18][19] The Telegraph,[20] The Times,[21][22] The Evening Standard,[23] e pelo The Daily Mail.[24] Foi também, é claro, coberto pelo Feminist Current.[25][26] Como resultado do evento, muitos ativistas transgênero defenderam e até mesmo celebraram a agressão, levando Meghan Murphy a publicar o texto 'TERF' isn't just a slur, it's hate speech ("TERF não é só uma ofensa, é discurso de ódio"). Algumas publicações, ao defender os ativistas transgênero, tentaram alegar que o agressor estava na verdade agindo em legítima defesa, e tentaram provar essa alegação através do upload de cortes cuidadosamente editados da gravação mostrando a agressão,[27] ou descrevendo a agressão como "revidando contra bullies" que "provocaram" os ativistas transgênero (ao terem opiniões das quais estes não gostaram, presumivelmente).[28]

Em dezembro de 2018, a advogada de defesa dos direitos humanos, Prof. Rosa Freedman, encontrou a porta de seu escritório coberta com urina após participar de debates relacionados às mudanças propostas ao Gender Recognition Act do Reino Unido. Ela também alegou ter sido chamada de uma "nazista" (ela é judia) que "deveria ser estuprada" (ela é uma sobrevivente de violência sexual) e de receber telefonemas abusivos anônimos.[29]

Em 2018, o ativista transgênero Dana Rivers foi a julgamento por homicídio triplo.[30] As vítimas eram um casal de lésbicas e o seu filho adotivo. Rivers esfaqueou e atirou nas vítimas, antes de tentar colocar fogo em sua casa, em novembro de 2016. Ainda não está claro se Rivers foi motivado pelo ódio contra feministas e lésbicas disseminado por ativistas transgênero. Rivers era, no entanto, membro do grupo Camp Trans, que foi criado para protestar a regra de apenas mulheres poderem participar do Michigan Womyn's Music Festival (aka MichFest).[31] A Autostraddle descreveu Rivers como um "ativista transgênero muito conhecido".[32]

Em junho de 2019, Julie Bindel foi fisicamente agredida por uma pessoa do sexo masculino após dar um discurso sobre a violência de homens contra mulheres, na Universidade de Edimburgo, junto com a Prof. Rosa Freedman.[33] "Ele estava gritando e reclamando e esbravejando, 'você é uma p*** do c******, você é uma cadela do c******, uma Terf do c******' e outras coisas. Estávamos tentando andar até o táxi para levar-nos até o aeroporto, e então ele apenas saltou em minha direção e quase me deu um soco no rosto, mas um segurança afastou-o de mim". Essa pessoa do sexo masculino, que diz se chamar "Cathy Brennan" (por causa da advogada lésbica e feminista radical de mesmo nome, a quem ele despreza), já havia chamado a atenção em redes sociais por defender agressões físicas contra feministas em paradas de Orgulho Gay.

Em 16 de agosto de 2019, a conta no Facebook do Vancouver Rape Relief and Women's Shelter relatou que um rato mortou havia sido pregado na moldura de sua porta.[34] Em 26 de agosto, a sua conta no Twitter seguiu relatando que as suas portas e janelas haviam sido vandalizadas com frases como "FUCK TERFS" ("FODAM COM AS TERFS") e "KILL TERFS" ("MATEM AS TERFS"), assim como "TRANS POWER" ("PODER TRANS").[35] O repetido assédio e vandalismos chamaram a atenção local e nacional.[36][37][38]

Análise do termo

O acrônimo original pode ser dividido em duas metades: "feminista radical" e "trans-exclusionária". Apesar de muitas pessoas chamadas por esse termo não se considerarem feministas radicais, os seus ideais muito frequentemente alinham-se com o feminismo radical, tornando essa parte um tanto acurada. A parte "trans-exclusionária", no entanto, é um pouco ambígua, e seu significado parece mudar de acordo com a vontade da pessoa que usa o termo.

Quando aquele que usa o termo quer justificá-lo como uma descrição objetiva e acurada, ele usará definições simplistas e banais de "exclusão" que se aplicam facilmente a maioria das pessoas contra as quais o termo é utilizado. Exemplos disso podem incluir:

  • Querer que mulheres trans com vantagens anatômicas injustas sejam excluídas de esportes femininos;
  • Querer que mulheres trans com anatomia masculina evidente (como genitais masculinos intactos) sejam excluídas de espaços privativos segregados por sexo, como em vestiários;
  • Não considerar que mulheres trans sejam literalmente mulheres, ao apontar que a definição no dicionário de mulher é de um "humano adulto do sexo feminino";
  • Querer excluir mulheres trans de alguns grupos políticos que querem ter foco nas lutas únicas às pessoas nascidas com anatomia feminina;
  • Querer que crimes cometidos por mulheres trans não sejam registrados como tendo sido cometido por mulheres, especialmente porque os padrões criminosos de mulheres trans parecem mais compatíveis com os padrões criminosos de homens,[39] que cometem a vasta maioria dos crimes violentos, especialmente os de natureza sexual.[40]
Algumas das mentiras hiperbólicas que ativistas trangênero usam para justificar o ódio a feministas

No entanto, uma vez que o termo "TERF" é aplicado a alguém com base nessa pessoa possuir as opiniões supracitadas (que muitas pessoas, inclusive as que não são feministas, concordariam ser sensatas), a definição de "exclusão" é rapidamente alterada para justificar expressões de ódio. Às vezes, o "trans-exclusionária" é até mesmo alterado hiperbolicamente para "trans-exterminatória", de forma a aumentar o seu efeito indutor de pânico. O site The TERFs chega até mesmo a alegar que pessoas rotuladas como "TERF" querem:

  • Excluir pessoas trans do acesso a moradia (torná-las sem teto);
  • Excluir pessoas trans do acesso a emprego (torná-las desempregadas);
  • Excluí-las do acesso a educação (mantê-las sem instrução);
  • Excluí-las do acesso a igualdade de acomodação;
  • Excluí-las das proteções locais, estaduais, nacionais e das Nações Unidas (!).

Como tais, as mulheres chamadas de "TERF" são representadas menos como mulheres que simplesmente querem defender os direitos das mulheres baseados em sexo e mais como monstros facistas. Isso é então usado para incitar ódio e violência contra elas. É também notável como a exclusão de mulheres trans (de espaços exclusivos para mulheres etc.) torna-se aqui uma suposta exclusão de todas as pessoas trans (do que quer que seja). Na verdade, mulheres chamadas de "TERF" frequentemente dirão de maneira explícita que homens trans são bem-vindos em seus grupos, já que homens trans também sofrem as opressões que todas as mulheres sofrem desde o nascimento.

A estratégia de ativistas transgêneros de usar definições simples de "TERF" para fazer esse termo parecer acurado, para então distorcer a sua definição para justificar o ódio, é bastante similar à estratégia "troll" que foi observada pelo filósofo Nicholas Shackel, e denominada Doutrina de Motte e Bailey em um artigo intitulado The Vacuity of Postmodernist Methodology ("A Vacuidade da Metodologia Pós-Modernista", em tradução livre do inglês):

"Os Truísmos de um Troll são usados para insinuar uma falsidade emocionante, que é uma doutrina desejada, e ainda assim permitir a retirada para uma verdade trivial quando pressionado por um oponente. Ao fazer isso eles exibem uma propriedade que os torna o caso mais simples possível do que eu chamarei de uma Doutrina de Motte e Bailey (já que uma doutrina pode ser uma única crença ou um corpo inteiro de crenças).

Um castelo de Motte e Bailey é um sistema medieval de defesa no qual uma torre de pedra numa colina (o Motte) é cercado por uma área de terra (o Bailey), a qual por sua vez é envolta por algum tipo de barreira, como uma vala. Por ser escura e úmida, a Motte não é uma habitação de escolha. A única razão para a sua existência é a desirabilidade do Bailey, cuja combinação da Motte e da vala torna relativamente fácil de reter, apesar dos ataques de saqueadores. Quando somente levemente pressionada, a vala torna fácil a derrota de um pequeno número de atacantes enquanto esses tentam atravessá-la: quando fortemente pressionada, a vala não é defensável, e nem o Bailey. Ao invés disso, a pessoa recuará para a insalubre, mas defensável, e talvez inexpugnável, Motte. Eventualmente, os saqueadores desistem, quando alguém está bem posicionado para reocupar a terra desejável.

Para os meus propósitos, o desejável, mas somente levemente defensável território do castelo de Motte e Bailey, o que quer dizer, o Bailey, representa uma doutrina ou posição filosófica com propriedades similares: desejável ao seu proponente mas somente levemente defensável. A Motte é a posição defensável, mas indesejável, à qual alguém recua quando fortemente pressionado. Acredito ser evidente que os Truísmos de um Troll possuem a propriedade de Motte e Bailey, já que as falsidades emocionantes constituem a região desejável, mas indefensável, dentro da vala na qual a verdade trivial constitui a Motte defensável, mas úmida, à qual alguém se retira quando pressionado."

No nosso caso, a Motte é uma declaração facilmente defensável, como: "Você não considera mulheres trans como literalmente mulheres, logo, você é trans-exclusionária, o que a torna uma TERF". Enquanto o Bailey é: "Você quer excluir pessoas trans do acesso a moradia e emprego e, logo, tenho justificativa para odiar você fortemente!"

Esse também poderia ser chamado de argumento "isco-e-troca", na qual alguém é "iscado" a concordar com a declaração de que alguém é uma "TERF" através da utilização de uma definição simplista de "exclusão trans", para então essa definição ser alterada para algo ruim, de forma a justificar expressões de ódio.

Inspeção das alegações em The TERFs

Logotipo real do TheTERFs.com: Rabiscos pretos malignos

Deve ser notado que o The TERFs oferece pouco mais do que citações fora de contexto de várias décadas atrás como "evidência" para as suas alegações hiperbólicas envolvendo uma chamada ideologia "TERF". Ele também mostra um certo número de tweets cuidadosamente selecionados, metade dos quais vem de fontes da direita política que também se opõe ao movimento transgênero, o que leva ativistas trans a alegarem que isso prova que feministas são secretamente aliadas à direita numa grande conspiração. (Essa linha de raciocínio também é frequentemente ridicularizada como: "Hitler era vegetariano. Logo, vegetarianos são nazistas")

A respeito de supostas evidências de "violência na vida real motivadas pela ideologia TERF", o site lista seis exemplos, dos quais três na verdade não apresentam nenhuma violência. Aqueles que apresentam dizem respeito a incidentes de várias décadas atrás, nos quais mulheres tentaram expulsar mulheres trans de grupos ou espaços exclusivamente femininos, usando força física ou ameaças diretas. Devido a ser esperado que mulheres sejam sempre boazinhas e passivas em relação a homens, até mesmo quando tentam formar grupos feministas radicais e manter homens fora deles, isso é obviamente visto como inaceitável. Dois exemplos são de ameaças verbais, que são experiências rotineiras para feministas que se opõe a ativistas trans. A última é sobre as mortes de pessoas trans que são presumidas serem relacionadas à falta de acesso a cuidados médicos, fator que não tem relação nenhuma com a ideologia feminista.

Para resumir: não há um único exemplo documentado de um grupo feminista ter agredido ou ameaçado um grupo transgênero. Qualquer alegação de "violência por TERFs" refere-se a mulheres tentando expulsar mulheres trans de espaços exclusivamente femininos, a casos extremamente raros de ameaças verbais ou a muitas e muitas fabricações. Em comparação, ativistas trans já foram a bibliotecas de mulheres para vandalizá-las,[16] foram a encontros feministas para agredir mulheres,[25][26] apareceram usando máscaras em conferências feministas para intimidar mulheres[41] e o abuso verbal onipresente que eles direcionam a mulheres consegue encher um site inteiro criado somente para esse fim.

"SWERF"

A palavra SWERF está proximamente relacionada a TERF e é utilizada de maneira similarmente desonesta e deturpadora. Mulheres (e homens que se preocupam com os direitos das mulheres) críticas da indústria do sexo pela sua natureza exploradora são acusadas de serem "exclusionárias de trabalhadoras do sexo", numa tentativa de fazê-las parecer terem ódio de um grupo oprimido.

De fato, as pessoas que são chamadas de "SWERF" tendem a apoiar o modelo nórdico contra a prostituição, que vê um sistema de assistência social de alta qualidade como um componente necessário no combate à prostituição e no alívio a problemas enfrentados por mulheres que somente escolher prostituir-se por causa de condições econômicas extremas. Além disso, muitas das que são chamadas de "SWERF" tendem a ser mulheres que já trabalharam na prostituição.

Notavelmente, uma das mais conhecidas feministas anti-prostituição e anti-pornografia, Andrea Dworkin, já foi uma prostituta e não tinha vergonha de admitir isso. Outro exemplo notável é Rachel Moran, que esteve envolvida com a prostituição quando tinha entre 15 e 22 anos de idade, para depois tornar-se uma das mais notáveis ativistas anti-prostituição e a favor do modelo nórdico dos últimos anos.


Galeria

Ver também

Ligações externas

Referências

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  2. Viv Smythe (aka tigtog) (November 28, 2018). I'm credited with having coined the word 'Terf'. Here's how it happened. The Guardian.
  3. C.K. Egbert (July 16, 2014). Defending the ‘TERF’: Gender as political. Feminist Current.
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  5. Martin Robbins (August 8, 2014). I Am Now Officially a Transphobic Twitter Troll. Vice.
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  12. After Being TKO’d by Fallon Fox, Tamikka Brents Says Transgender Fighters in MMA ‘Just Isn’t Fair’. Cage Potato.
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