Autoginefilia: diferenças entre revisões

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Bailey, J Michael. 2003. The Man Who Would Be Queen: The Science of Gender-Bending and Transsexualism. Joseph Henry Press.
Bailey, J Michael. 2003. The Man Who Would Be Queen: The Science of Gender-Bending and Transsexualism. Joseph Henry Press.
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[en:Autogynephilia]
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Edição atual desde as 20h05min de 6 de março de 2020


O termo autoginefilia (auto para próprio, gine para mulher, filia para afeição, e frequentemente reduzido para AGP em inglês) refere-se à condição psicológica na qual um homem (normalmente heterossexual) obtém prazer sexual, ou até mesmo romântico, da fantasia de se ser mulher. O termo foi criado pelo psicólogo Ray Blanchard após estudar e trabalhar com muitos pacientes transexuais.

Enquanto essa não é a única razão por que alguém pode querer tornar-se um transexual homem-para-mulher (em inglês, "male-to-female", ou MtF) ou alegar "identificar-se como uma mulher", a autoginefilia parece ser exibida em uma boa parte das mulheres trans. De acordo com uma pesquisa de 2015 com aproximadamente 3000 mulheres trans dos Estados Unidos, pelo menos 60% delas disseram sentir atração por mulheres, o que quer dizer que são pessoas heterossexuais do sexo masculino.[1] De acordo com os estudos de Ray Blanchard, isso as colocaria na categoria de autoginéfilos, já que transexuais homossexuais geralmente não exibem AGP.

Feministas são frequentemente críticas de homens exibindo AGP e os consideram ofensivos, especialmente se eles alegarem ser mulheres, já que em suas fantasias ser mulher normalmente baseia-se em noções altamente sexistas, objetificadoras e redutivas de o que é ser uma mulher.

Ativistas transgênero alegam que esse conceito é um mito transfóbico, já que ele significaria que transexuais não-homossexuais estão essencialmente sob o efeito de uma parafilia ou, falando sem rodeios, de um fetiche sexual. Eles insistem na teoria de uma "identidade de gênero feminina" monolítica para explicar toda a transexualidade MtF e identificação transgênero, vendo mulheres trans atraídas por mulheres como "lésbicas trans" que deveriam ser aceitas como sendo iguais a qualquer outra mulher lésbica.

O fenômeno da AGP pode ser observado facilmente na internet ao se pesquisar por fóruns online dedicados a essa parafilia. Pesquisar por termos como "fórum de fetiche sissy" retorna rapidamente comunidades inteiras na internet para AGP ou fetiches similares, onde algumas delas possuem foco explícito em tópicos transgênero, ou subseções dedicadas a membros de desejam transicionar.[2][3][4]

História

Miranda Yardley escreveu em detalhes sobre a história da autoginefilia como um conceito: A História da Autoginefilia - Miranda Yardley (em inglês)

O Modelo de Transexualismo de Dois Tipos

A identificação de um componente erótico no transexualismo data do começo do século XX, quando a existência do que foi descrito como um 'componente automonosexual' entre travestis foi discutida:

... a experiência mostra que esse componente automonosexual, assim como o componente homossexual, não é o mesmo para todo travesti. Há muitos para os quais a simples mudança de vestimenta não é suficiente para causar sentimentos eróticos e que veem isso apenas como um jeito de trazer o seu lado feminino interior para o mundo exterior. Eu conheci aqueles que ficavam contentes em apenas poder passear como uma mulher de vez em quando. Durante o passeio eles nunca tinham ereções, ejaculações e nem o desejo de ter relações sexuais, seja com pessoas do sexo masculino ou feminino. Alguém poderia dizer que essas pessoas são assexuais.[5][6]

A existência de dois tipos discretos de transexuais, diferenciados pela orientação sexual e idade foi hipotetizada por Buhrich em 1978, o qual também conjecturou o motivo do transexualismo ser observado mais comumente em homens do que em mulheres:

Os resultados deste estudo indicam que eles podem ser diferenciados em dois grupos clinicamente discretos. Em uma investigação com 29 transexuais que buscavam uma cirurgia de mudança de sexo, foi constatado que aqueles que haviam experimentado excitação fetichista tinham probabilidade significativamente maior de serem mais velhos, de já terem tido relações sexuais heterossexuais, de serem casados e de mostrarem respostas penianas a imagens de homens e mulheres indicativas de uma orientação heterossexual. Eles possuíam menos experiência de contato homossexual levando ao orgasmo quando comparados a transexuais que não haviam experimentado excitação fetichista, mas essa diferença não foi estatisticamente significante. A frequência de travestismo, força da identidade de gênero feminina e intensidade do desejo por uma operação de mudança de sexo não foi discriminada entre os dois grupos. O fato de que o desejo por uma cirurgia de mudança de sexo poder ser associado com a experiência de excitação fetichista pode ser uma das razões por trás da maior incidência de transexualismo entre homens do que entre mulheres.[7]

Em um artigo subsequente, Buhrich e McConaghy chegaram até a sugerir que há três classes distintas de travestismo fetichista:

travestis "nucleares", que limitam-se a travestir-se;

travestis "marginais", que desejam feminização hormonal ou cirurgia; e

"transexuais fetichistas", que demonstram excitação fetichista, mas que como transexuais buscam cirurgia de redesignação sexual.[8][9]

Em 1985, o sexólogo Ray Blanchard usou um tamanho amostral maior e confirmou a observação de que exite uma diferença fundamental entre transexuais homossexuais (homens homossexuais atraídos romântica e sexualmente por homens) e transexuais não-homossexuais (que incluem transexuais heterossexuais, bissexuais e assexuais):

Este estudo testou a predição derivada da hipótese de que o transexualismo assexual e bissexual são na verdade subtipos do transexualismo heterossexual... (uma) análise de agrupamentos de suas pontuações dividiu os sujeitos em quatro grupos: heterossexuais, homossexuais, bissexuais e assexuais... não houve nenhuma diferença entre os transexuais assexuais, bissexuais e heterossexuais, e todos os três grupos incluíam uma proporção muito mais elevada de casos fetichistas do que o grupo homossexual... essas descobertas apoiam a ideia de que transexuais do sexo masculino podem ser divididos em dois tipos básicos: heterossexuais e homossexuais.[10]

Juntos, esses artigos nos ensinam que transexuais podem ser agrupados em transexuais homossexuais e não-homossexuais, e que este grupo parece conter um número de subtipos que podem ser tomados como correspondendo ao grau ordinal de travestismo fetichista. Essas observações são apoiadas por evidências empíricas; a diferença é manifesta em uma "proporção muito mais elevada de casos fetichistas do que no grupo homossexual", e assim Blanchard confirma a identificação de dois tipos de transexuais do sexo masculino, que são diferenciados por orientação sexual, com um dos grupos exibindo um histórico fetichista ou parafílico.

Blanchard tornou-se uma figura chave na investigação do transexualismo alguns anos depois, quando tentou transmitir algum rigor e significado à terminologia envolvida na taxonomia dos transexuais, como parte de um estudo sistemático sobre esse fenômeno, ele cunhou o termo "autoginefilia" como uma descrição mais clara de algo que até então havia sido descrito como parte do automonosexualismo. Essa ficou conhecida como a "tipologia transexual de Blanchard", ou a "tipografia transexual de dois tipos":

Perturbações da identidade de gênero em homens é sempre acompanhada por uma de duas anomalias eróticas. Todos os homens com disforia de gênero que não possuem atração sexual por homens possuem, em seu lugar, atração pelo pensamento ou pela imagem deles próprios como mulheres. Essa propensão erótica (ou amatória) é, claramente, o fenômeno denominado por Hirschfeld como automonosexualismo. Por causa do histórico inconsistente desse termo, no entanto, e de sua derivação não-descritiva, o autor prefere substituí-lo pelo termo autoginefilia ("amor de si próprio como mulher").[11]

Deve ser notado que o uso da expressão "anomalia erótica" é usado, num contexto moralmente neutro, para descrever atos sexuais que são inerentemente não-procriativos, ao invés de ser uma expressão pejorativa.

Chave no conceito de autoginefilia é que ela não é algo que fica sempre na mente, e nem de que é algo que é somente confinado ao travestismo:

Deve ser notado que o conceito de autoginefilia não implica que homens autoginefílicos fiquem sempre sexualmente excitados pelo pensamento de si próprios como mulheres, ou por vestirem-se com roupas de mulheres, ou por se contemplarem travestidos no espelho - mais do que um homem apaixonado sempre obtenha uma ereção ao avistar a pessoa amada, ou do que um casal de gansos copulem continuamente. A autoginefilia, de acordo com essa hipótese, pode ser manifesta numa variedade de formas, e o travestismo fetichista é somente uma delas. Aqueles indivíduos denominados travestis por clínicos contemporâneos seriam, de acordo com essa visão, compreendidos como autoginéfilos cujo único - ou mais proeminente - sintoma é a excitação sexual em associação com o travestismo, e que não são (ou ainda não se tornaram) disfóricos de gênero.[11]

Classificar esse comportamento em termos que se encontram fora do travestismo fetichista permitiu a Blanchard aplicar o seu estudo sistemático num espectro de comportamento mais amplo observado em transexuais, e ele explicou a etimologia dessa palavra baseada na "propensidade de um homem de ficar sexualmente excitado pelo pensamento ou imagem de si próprio como mulher".[12]

Ele então identificou quatro tipos diferentes de comportamento autoginefílico, que podem existir em qualquer conjunção: fetichismo fisiológico, comportamental, anatômico e travestista:

Fantasias e comportamentos autoginefílicos podem focar-se na ideia de se exibir funções fisiológicas femininas, de executar comportamento estereotipicamente feminino, de se possuir estruturas anatômicas femininas, ou de se vestir com roupas de mulher. Essa última classe de fantasias e comportamentos mencionados representa a forma familiar de autoginefilia, o travestismo. Todos os quatro tipos de autoginefilia tendem a ocorrer em combinação com outros tipos, ao invés de isolados.[12]

Blanchard fornece um arcabouço tipológico para pesquisadores modelarem ou analisarem sistematicamente os comportamentos de transexuais do sexo masculino que os separam em transexuais homossexuais e não-homossexuais, com estes tendendo a serem autoginéfilos que exibem um ou mais tipos de comportamentos parafílicos. Blanchard comparou esses comportamentos parafílicos a uma orientação sexual.[13]

Os transexuais homossexuais são os que podem ser considerados a imagem popular 'clássica' do transexual, com os transexuais não-homossexuais tendo vidas que envolvem carreiras bem-sucedidas como homens, assim como casamentos e filhos, antes de transicionar mais tarde na vida.[14]

É importante entender que o transexual homossexual e o transexual não-homossexual têm vidas e experiências diferentes, apesar de haver uma comunalidade por ambos serem transexuais e, como Lawrence referencia, níveis similares de experiência de disforia de gênero. Em seu livro de 2003, 'O homem que se tornaria rainha: a ciência do gender-bending e do transexualismo' (em inglês, "The Man Who Would Be Queen: The Science of Gender-Bending and Transsexualism"), o psicólogo J. Michael Bailey explica:

Dois tipos diferentes de homens mudam o seu sexo. Para qualquer pessoa que os examinarem de perto, eles são bastante diferentes, em suas histórias, suas motivações, os seus graus de feminilidade, as suas demografias, e até em suas aparências. Sabemos pouco sobre as causas de qualquer tipo de transexualismo (apesar de termos alguns bons palpites sobre um tipo). Mas estou certo de que quando finalmente os entendermos, as causas dos dois tipos serão completamente diferentes.

Para qualquer pessoa que haja visto membros de ambos os tipos e que tenha aprendido a fazer os tipos certos de perguntas, é fácil distingui-los. Ainda assim, a diferença enganou virtualmente todos os que se importam com transexuais: apresentadores de talk shows, jornalistas, a maior parte das pessoas que os avaliam e tratam, e até mesmo a maior parte dos acadêmicos que os estudaram. Um motivo é que a similaridade superficial dos dois tipos é tão impressionante - ambos são homens, normalmente vestidos e tentando passar-se por mulheres, que querem substituir seus pênis por vaginas - que isso nos preveniu de perceber diferenças mais sutis, apesar de mais superficiais. Outra razão é que os dois tipos de transexuais raramente aparecem lado a lado, quando seriam facilmente distinguíveis... A razão mais interessante pela qual a maior parte das pessoas não percebe que há dois tipos de transexuais é que membros de um tipo às vezes apresentam-se erroneamente como membros do outro. Serei mais específico em breve, mas por enquanto, é suficiente dizer que eles ficam frequentemente calados sobre a sua verdadeira motivação, e ao invés disso contam histórias sobre si mesmos que são enganosas e, em aspectos importantes, falsas.

Logo após o nascimento, o transexual homossexual homem-para-mulher comporta-se e sente-se como uma garota. Ao contrário da maior parte dos garotos femininos... esses transexuais não superam, ou aprendem a esconder, sua feminilidade. Ao invés disso, eles decidem que o passo drástico de mudar o seu sexo é preferível. Eles inequivocadamente desejam e amam homens, especialmente homens heterossexuais, os quais eles somente conseguem atrair como mulheres... um tipo de homem transexual é um tipo de homem homossexual...

Transexuais honestos e abertamente autoginefílicos revelam um padrão muito diferente. Eles não são garotos especialmente femininos. A primeira manifestação evidente do que levou ao seu transexualismo foi tipicamente durante o início da adolescência, quando eles secretamente se vestiam com a lingerie de suas mães ou irmãs, olhavam-se no espelho e se masturbavam. Essa atividade continuou durante a vida adulta, e fantasias sexuais tornaram-se cada vez mais transexuais - especialmente a fantasia de se ter uma vulva, talvez sendo penetrada por um pênis. Transexuais autoginefílicos podem declarar atração por mulheres ou homens, pelos dois, ou por nenhum deles. Mas a sua atração primária é pelas mulheres as quais eles se tornariam.[15]

A interpretação de Bailey da motivação para mudança de sexo de transexuais homossexuais é a de atrair homens heterossexuais; poderíamos considerar que dada a escolha numa sociedade homofóbica de se viver como um homem gay feminino ou como uma mulher, o transexual homossexual optaria pela última. Enquanto identifica a motivação do autoginéfilo para muitos dos traços comportamentais, ele não chega a hipotetizar por que um autoginéfilo transicionaria; certamente, o prospecto de uma castração e da remoção do pênis seria uma linha de ação irracional para alguém cuja identidade sexual encontra-se tão investida nisso? Essa, no entanto, seria baseada na concepção equivocada de que a autoginefilia é exclusivamente erótica. Anne Lawrence sugere que a motivação do autoginéfilo pode ser comparada ao amor romântico com elementos de apego:

...aspectos puramente eróticos da autoginefilia receberam a maior ênfase, enquanto os apectos relacionados à "propensidade amatória", "orientação sexual" e "amor" receberam comparativamente pouca. O amor tem estado visivelmente ausente da maior parte das discussões sobre autoginefilia, seja por seus defensores ou por seus críticos... indivíduos estão com frequência especialmente inclinados a procurar experiências de amor apaixonadas, ou para se permitirem a possibilidade de experimentá-las, na meia idade e em tempos de crise. Isso é consistente com as histórias de vida de muitos, se não da maior parte, dos transexuais não-homossexuais MtF, que tendem a procurar a redesignação sexual aos 40 anos de idade ou mais tarde, às vezes em associação com uma crise de meia idade... (s)ua decisão de passar por redesignação sexual não raramente é precedida por alguma perda ou revés significativo, como desemprego, deficiência física, ou o fim de um relacionamento importante... (p)ara pessoas que experimentam autoginefilia, decidir tornar-se o que é desejado pode representar uma tentativa de lidar com circunstâncias de vida adversas, assim como decidir ter um caso amoroso com outra pessoa pode, para indivíduos com orientações sexuais mais convencionais... o processo de se modificar o próprio corpo e de se viver como uma mulher oferece uma identidade, um curso de ação, e um propósito na vida.[16]

Papel no ativismo transgênero

A misoginia do ativismo transgênero é às vezes hipotetizada como tendo raiz no movimento ser controlado em sua maior parte por mulheres trans autoginefílicas. Como elas são originalmente (ou discutivelmente ainda) homens heterossexuais e tendem a transicionar-se durante a vida adulta, frequentemente após terem se estabelecido em posições de poder na vida, segue-se que eles tem privilégios e sentimentos de direito o suficiente para dominarem o discurso do movimento transgênero. A sua visão reducionista do que é ser mulher e seus sentimentos de privilégio masculino poderiam por sua vez explicar por que eles conduziriam o movimento numa direção tão sexista e atacariam feministas que não fizessem o mesmo.

Ativistas transgênero opõem-se veementemente à ideia de que a AGP é um fenômeno real, chamando-a de mito transfóbico. Em seu livro O Dedo do Meio de Galileu (em inglês, "Galileo's Middle Finger"), Alice Dreger fala sobre a caça às bruxas a qual J. Michael Bailey foi submetido por Lynn Conway e outros ativistas transgênero por ter popularizado o conceito.[17]

Conway desenvolveu o que se tornou um enorme site hospedado pela Universidade de Michigan com o propósito de derrubar Bailey e suas ideias (e) que em sua grande parte possibilitou-me descobrir o que [Conway] havia realmente feito e como Bailey havia sido essencialmente enredado numa tentativa de fazê-lo não falar mais sobre autoginefilia.

Dreger escreveu que alguns ativistas haviam transformado o seu horror pelas descobertas de Bailey numa tentativa de vingança muito pública contra ele e sua família, incluindo alegações veladas de que ele havia abusado sexualmente dos filhos.[18] Após pesquisar sobre as alegações contra Bailey, ela concluiu que eram falsas. Além do mais, Dreger observou:

...a carta mais interessante, sob a minha perspectiva, veio de uma mulher trans que escreveu para me dizer que, apesar de ela não se entusiasmar com as simplificações excessivas de Bailey sobre a sua vida, ela também já havia sido assediada e intimidada por Andrea James por ousar dizer qualquer coisa que não fosse a história politicamente popular de que 'sempre fui apenas uma mulher presa no corpo de um homem'. Ela me agradeceu por enfrentar um bully.

Referências

  1. "Injustice at Every Turn: A Report of the National Transgender Discrimination Survey" (PDF). National Center for Transgender Equality & National Gay and Lesbian Task Force. 2015-01-21. p. 29.
  2. (Conteúdo adulto) Club Sissy - SRS/Hormones/TS
  3. (Conteúdo adulto) House of Sissify - "Strict sissy training & forced feminization for transgender sl*ts. Like you."
  4. (Conteúdo adulto) Why am I a sissy? "... I’m sure you are majority hetero with a minor kink NOW…and probably will be all your life, but a minority of sissies experience a fundamental shift in which the kink becomes something different and a transgender identity develops."
  5. Hirshfeld, M. 1918. Sexualpathologie Teil II 1918. Bonn: Marcus & Weber.
  6. See also Hirshfeld, M 1923: ‘Die intersexuelle Konstitution’. Jahrbuch fuer sexuelle Zwischenstufen. 23: 3 – 27
  7. Buhrich, N & McConaghy, N. 1978. “Two clinically discrete syndromes of transsexualism.” British Journal of Psychiatry Jul;133 p73–6.
  8. Buhrich, N & McConaghy, N. 1979. “Three clinically discrete categories of fetishistic transvestism.” Archives of Sexual Behaviour Volume 8, Number 2.
  9. Compare com o seguinte tweet do sexólogo Ray Blanchard @BlanchardPHD "Alguns autoginéfilos não têm disforia de gênero, alguns têm de leve a moderada, e alguns têm severa. Eu apoio a cirurgia de redesignação sexual para o último grupo". 14 de fevereiro de 2017
  10. Blanchard, R. 1985. “Typology of male-to-female transsexualism.” Archives of Sexual Behaviour Jun;14(3): 247–61.
  11. 11,0 11,1 Blanchard, R. 1989. “The classification and labeling of nonhomosexual gender dysphorias.” Archives of Sexual Behaviour 18, 315 – 334.
  12. 12,0 12,1 Blanchard, R. 1991. “Clinical observations and systematic studies of autogynephilia.” Journal of Sex and Marital Therapy 17: 235–251
  13. Blanchard, R. 1993. “Partial versus complete autogynephilia and gender dysphoria.” Journal of Sex and Marital Therapy 19: 301–307.
  14. Lawrence, A A. 2004. “Autogynephilia: A Paraphilic Model of Gender Identity Disorder.” Journal of Gay & Lesbian Psychotherapy 8(1/2), 69–87.
  15. Bailey, J Michael. 2003. The Man Who Would Be Queen: The Science of Gender-Bending and Transsexualism. Joseph Henry Press.
  16. Lawrence, A A. 2003. “Becoming What We Love.” Perspectives in Biology and Medicine Vol50 No4; 506 – 20.
  17. Dreger, Alice (2015). Galileo's Middle Finger: Heretics, Activists, and the Search for Justice in Science.
  18. Reluctant Crusader: Why Alice Dreger’s writing on sex and science makes liberals so angry