Mulheres trans em esportes femininos: diferenças entre revisões

    Fonte: FeministWiki
    (Tradução de parte da página em inglês)
    (Sem diferenças)

    Revisão das 16h14min de 19 de fevereiro de 2020

    Como a noção dos ativistas trans de que "mulheres trans são mulheres" é levada literalmente, segue-se que deveria ser permitido a mulheres trans participarem de esportes femininos. Quando uma organização esportiva adere a essa noção, cria-se um problema para os esportes femininos, pois as diversas diferenças fisiológicas entre os sexos permitem que atletas do sexo masculino de alto rendimento tenham um desempenho significativamente melhor que atletas do sexo feminino de alto rendimento na maior parte das modalidades. A dimensão na qual a terapia de reposição hormonal (TRH) diminui as vantagens de ser homem ainda não é estudada. No entanto, é claro que muitas das mudanças que o corpo masculino sofre durante a puberdade não são revertidas pela TRH, como tamanho corporal, estrutura esquelética e o tamanho dos pulmões e do coração.

    Diferenças fisiológicas

    As significativas diferenças fisiológicas entre os sexos que podem afetar o desempenho atlético incluem, mas não são limitadas, a:

    • Homens pesam cerca de 15% a mais, em média;[1]
    • Homens são cerca de 15cm mais alto, em média;[1]
    • Homens possuem ossos mais densos e, consequentemente, mais resistentes, em média;[2]
    • Homens possuem tendões e ligamentos mais fortes, em média;[2]
    • Homens tem, em média, maior massa muscular total;[3]
    • Homens possuem, em média, mais massa muscular em proporção à massa corporal total;[3]
    • Homens têm cerca de 56% a mais de volume pulmonar, em relação à massa corporal;[4]
    • Homens possuem vias aéreas maiores e um maior fluxo de ar, mesmo quando equiparados a mulheres em altura e volume pulmonar;[5]
    • Homens possuem corações maiores, com a contagem de células vermelhas sendo cerca de 10% maior e maior quantidade de hemoglobina, implicando numa maior capacidade de transporte de oxigênio, por mais que a diferenla seja menor entre atletas;[4]
    • Homens têm maior quantidade de "fatores de coagulação" circulando, o que permite uma cicatrização mais rápida e uma maior tolerância a dor periférica.[4]

    Mulheres trans famosas em esportes femininos

    Fallon Fox

    O lutador de MMA (Mixed Marcial Arts) Fallon Fox brutalizou uma oponente, Tamikka Brents, fazendo-a sofrer uma concussão, uma fratura do osso orbital e levar sete grampos na cabeça durante o primeiro round de uma luta. Brents recorreu às mídias sociais para expressar os seus pensamentos em relação à luta com Fox: "Lutei contra muitas mulheres e nunca havia sentido a força que senti em uma luta como a daquela noite. Não posso responder se é porque ela [sic] nasceu homem ou não, porque não sou médica. Posso apenas dizer que nunca havia me sentido tão subjugada na vida, e sou uma mulher extraordinariamente forte", ela disse. "O seu aperto era diferente, eu normalmente consigo me mover quando segurada por outras mulheres, mas não conseguia me mover de modo algum com o aperto de Fox..."[6] De acordo com a Wikipédia, Fox ganhou um total de 5 entre 6 lutas de MMA até maio de 2019, três das quais foram por nocaute.[7]

    Rachel McKinnon

    O ciclista transgênero Rachel McKinnon ganhou o sprint feminino 35-44 durante o UCI Masters Track Cycling World Championships em Los Angeles, em outubro de 2018.[8] A competidora que terminou em terceiro lugar, Jennifer Wagner, comentou que isso era injusto, e depois escreveu no Twitter que estava trabalhando para que as regras fossem mudadas, o que Rachel McKinnon caracterizou como transfóbico.

    Terry Miller e Andraya Yearwood

    Dois atletas de ensino médio transgêneros e do sexo masculino, Terry Miller e Andraya Yearwood, ganharam primeiro e segundo lugar no campeonato estadual de Connecticut na corrida de 100 metros em 2018. Miller também ganhou o primeiro lugar na corrida de 200 metros.[9]

    Laurel Hubbard

    Artigo da Wikipédia: Laurel Hubbard (em inglês)

    O levantador de peso Laurel Hubbard, da Nova Zelândia, vem tomando muitas medalhas de ouro e de prata de mulheres. Em 2017 ele levou a medalha de ouro da categoria feminina com peso superior a 90kg no Australian International & Australian Open em Melbourne, pesando 131,83kg. Ele, então, tornou-se a primeira pessoa a ganhar um título feminino internacional de levantamento de peso para a Nova Zelândia.[10][11]

    Hubbard atendia os requisitos oficiais de eligibilidade para competir contra mulheres, mas muitas competidoras apontaram a injustiça da situação. Elas incluem Iuniarra Sipaia, Toafitu Perive, Deborah Acason e Tracey Lambrechs.[12][10]. O chefe executivo da Australian Weightlifting Federation, Michael Keelan, disse que isso era injusto para com as outras competidoras.[13]

    Hubbard qualificou-se para os jogos Commonwealth de 2018,[14] mas uma lesão no cotovelo durante a competição forçou-o a retirar-se do evento[15] quando estava na liderança.[16]

    Hubbard levou outras duas medalhas de ouro femininas nos Pacific Games de 2019, em Samoa.[17]

    Referências

    1. 1,0 1,1 Ogden CL, Fryar CD, Carroll MD, Flegal KM (2004) Mean body weight, height, and body mass index, United States 1960-2002. Adv Data (347):1-17. PMID: 15544194
    2. 2,0 2,1 Benjamin M, Toumi H, Ralphs JR, Bydder G, Best TM, Milz S (2006) Where tendons and ligaments meet bone: attachment sites ('entheses') in relation to exercise and/or mechanical load. J Anat 208 (4):471-90. DOI:10.1111/j.1469-7580.2006.00540.x PMID: 16637873
    3. 3,0 3,1 Janssen, I., Heymsfield, S. B., Wang, Z., & Ross, R. (2000). Skeletal muscle mass and distribution in 468 men and women aged 18–88 yr. Journal of Applied Physiology, 89(1), 81-88. doi:10.1152/jappl.2000.89.1.81
    4. 4,0 4,1 4,2 Glucksmann, A. (1981). Sexual dimorphism in human and mammalian biology and pathology. London: Academic Press. pp. 66–75
    5. Duke J.W. Sex Hormones and Their Impact on the Ventilatory Responses to Exercise and the Environment (Chapter 2). In: Hackney, A. (ed.) (2017). Sex hormones, exercise and women: Scientific and clinical aspects. Cham (Switz.): Springer, pp. 21-22
    6. Cage Potato. (n.d.). After Being TKO'd by Fallon Fox, Tamikka Brents Says Transgender Fighters in MMA ‘Just Isn’t Fair’. [online] Available at: https://archive.is/yZfcs [Accessed 31 Jan. 2019].
    7. https://en.wikipedia.org/wiki/Fallon_Fox
    8. Ballinger, A. (2019). Rachel McKinnon becomes first transgender woman to win track world title - Cycling Weekly. [online] Cycling Weekly. Available at: https://www.cyclingweekly.com/news/latest-news/rachel-mckinnon-becomes-first-transgender-woman-win-track-world-title-397473 [Accessed 31 Jan. 2019].
    9. Hudak, A. (2018, June 14). Transgender track stars win state championship, ignites debate over rules. Retrieved from https://www.wkbn.com/news/national-world/transgender-track-stars-win-state-championship-ignites-debate/1238813951
    10. 10,0 10,1 Marissa Payne (March 22, 2017). Transgender woman wins international weightlifting title amid controversy over fairness. The Washington Post.
    11. Weightlifting: Transgender lifter Laurel Hubbard wins first international outing. NZ Herald. March 19, 2017.
    12. Sina Filifilia Seva’aetasi (March 23, 2017). Woman lifter beaten by transgender speaks up. Samoa Observer.
    13. Matt Windley (March 20, 2017). Laurel Hubbard wins female 90kg+ division at weightlifting’s Australian International. Herald Sun.
    14. Laurel Hubbard - New Zealand Olympic Team. New Zealand Olympic Team. November 24, 2017.
    15. Bridget Tunnicliffe (April 9, 2018). Hubbard has no regrets, stays 'true to sport'. Radio New Zealand.
    16. Helen Davidson (April 9, 2018). Transgender weightlifter Laurel Hubbard's eligibility under scrutiny. The Guardian.
    17. Michael Pavitt (July 13, 2019). Transgender weightlifter Hubbard beats home favourites at Samoa 2019 after driving incident revealed. Inside the Games.